Mediunidade: Definição e Importância
Capítulo V

O Que é um Médium

A palavra médium tem origem no latim e quer dizer “meio”, “intermediário”. Um médium é um intermediário entre o mundo espiritual e o mundo físico.

A Mediunidade é a capacidade que permite ao Ser Humano – um Espírito encarnado – interagir com seres espirituais, ou seja, Espíritos desencarnados. É o conjunto de faculdades que permite por exemplo:

  • Ser sensível a certas vibrações ou energias,
  • Ser sensível a impressões do “mundo espiritual” e dos seres espirituais que nele habitam,
  • Receber informação, comunicações de seres espirituais,
  • Canalizar energias de cura, etc.

É também médium alguém que tem a capacidade de disponibilizar consciente ou inconscientemente o seu intelecto ou ego, de modo a permitir que uma entidade espiritual se manifeste (é a chamada “Mediunidade de incorporação”).

 

A Mediunidade:
Existem Várias Faculdades Mediúnicas

São Paulo

O Homem tem dons ou faculdades físicas (andar, falar, etc.), mentais (pensar, raciocinar, livre arbítrio, etc.) e espirituais. Os dons mediúnicos são dons

espirituais e são relatados em inúmeras escrituras sagradas das várias religiões em todo o mundo, incluindo a Bíblia Cristã:

Quanto aos dons espirituais irmãos, não vos quero na ignorância. (…) Há, pois, diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; há diversidade de serviços mas o Senhor é o mesmo; e há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para proveito comum. A um, o Espírito dá uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, segundo o mesmo Espírito; a outro, a fé, no mesmo Espírito; a outro, dom das curas, nesse único Espírito; a outro, o operar milagres; a outro, a profecia; a outro o discernimento dos Espíritos; a outro, o falar diversas línguas; e a outro ainda o interpretar essas línguas. I Cor 12, 1-10.

Esta passagem de São Paulo faz uma alusão clara a diferentes dons mediúnicos.

 

Jesus e os Apóstolos

Não há dúvida que Jesus ensinou a desenvolver a mediunidade a alguns discípulos. Tal como nas escolas do Egipto, da Grécia e da Índia, esses conhecimentos apenas eram transmitidos a alguns poucos escolhidos.  Os poucos escolhidos eram aconselhados a ser muito criteriosos a ensinar esses conhecimentos e escolher pessoas de boa índole moral. Isso pode ler-se na seguinte passagem bíblica: “Não dêem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos; caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão”. Mateus 7, 6.

O Ser Humano para continuar a progredir respeitando assim os desígnios Divinos, precisa de desenvolver dons espirituais como a intuição. A intuição desenvolve-se por exemplo através da fé, através da prática de exercícios espirituais como a oração, meditação, períodos de relaxamento e introspecção, e claro, através do estudo da Vida.

 

Existem inúmeras faculdades mediúnicas. É pouco provável que alguém desenvolva todas as faculdades. O desenvolvimento desta ou daquela faculdade está dependente da missão que trouxe a pessoa à Terra. Há pessoas que desenvolvem por exemplo a vidência (clarividência), outras a audição espiritual (clariaudiência), outras a intuição (médiuns intuitivos, que recebem comunicações de Espíritos através da intuição), outras ainda a capacidade de canalizar energias de cura (médiuns curadores), etc. É também frequente alguém ter mais do que uma faculdade desenvolvida. Por exemplo, desenvolver a intuição e a canalização de energias. É também frequente a mesma pessoa possuir a clarividência e clariaudiência desenvolvidas (visão e audição espiritual).

 

Meditação e desenvolvimento da intuição

Um dos efeitos da meditação é o desenvolvimento da intuição e do bem-estar interior.

 

Qual é o Objectivo da Mediunidade?

 O primeiro objectivo é sem dúvida o progresso espiritual do próprio. Quanto ao resto, isso depende de cada caso: da sua missão de vida, da faculdade ou faculdades mediúnicas desenvolvidas, do grau de apuramento espiritual atingido, etc. Consoante o desenvolvimento e utilidade dos dons que se possui, muitos objectivos podem ser alcançados e muitas tarefas podem ser realizadas. Eis alguns exemplos:

  • Desenvolvimento do conhecimento. Tal como os sentidos físicos, os sentidos espirituais permitem ao Espírito aumentar a sua bagagem de conhecimentos há cerca da Vida e das leis da existência.
  • Despertar para a realidade espiritual da Vida, evitando o erro de pensar que o Homem é um ser material e que tudo acaba com a morte do corpo. Com essa compreensão, a pessoa tem tendência para olhar a Vida com uma perspectiva mais abrangente, e a fazer as suas escolhas de vida com mais informação disponível, escolhas essas por vezes diferentes das pessoas que vivem o seu dia-a-dia como se não existisse a vida espiritual, como se não tivessem de prestar contas pela utilidade ou inutilidade da sua vida, como se tudo acabasse com a morte do corpo físico.
  • Facilitar e acelerar o desenvolvimento espiritual.
  • Resgatar erros de outras Vidas (karma negativo).
  • Conhecer a Vontade de Deus.
  • Ajudar a aliviar o sofrimento do próprio e de outras pessoas.
  • Praticar algum tipo de caridade relativamente a entidades espirituais desencarnadas, que permanecem em sofrimento devido a ignorância, apegos, vícios, revolta, problemas de consciência, etc.
  • Receber informação de Guias Espirituais e Espíritos Protectores relativamente a alguém que procura ajuda e orientação para a sua vida.
  • Transmitir do mundo espiritual para a comunidade ou Humanidade em geral, conhecimentos importantes para o progresso Humano, como acontece com muitas descobertas científicas, obras literárias, diversas formas de arte; divulgação de Leis da Vida e avisos de Deus quando os desvios praticados colocam em perigo a harmonia, a ordem e/ou o progresso espiritual da Humanidade (exemplos de missões com estes dois objectivos foram as vidas de Jesus Cristo, Buda e Krishna por exemplo).
  • Canalizar energias de cura de planos espirituais superiores para alívio do sofrimento (realizado no passado por exemplo por Jesus Cristo e Buda, e actualmente através de sistemas como Reiki, Cura Prânica, Karuna, Passes Espíritas, etc.).
  • Desobsessões espirituais.
  • Iniciações espirituais.
  • Alcançar estados de consciência e conhecimento superiores, progredindo em sabedoria e verdade, conhecendo os desígnios de Deus: os Seus planos para o indivíduo, para grupos de indivíduos, e ainda, para a Humanidade em geral.
  • Cumprir a missão da sua vida actual. Todo o Ser Humano tem a obrigação perante a Vida de estudar as verdades espirituais. O médium desperto tem apenas essa obrigação de forma mais acentuada devido a compromissos assumidos antes de reencarnar.

A Mediunidade, assim como qualquer faculdade ou prática humana está sujeita a evolução. As duas grandes chaves são a prática e o estudo contínuo. Existem também conhecimentos e exercícios que aceleram o seu desenvolvimento.

 

Os Três Tipos de Mediunidade

A Mediunidade de Prova

O espiritismo ensina que existem basicamente dois tipos de Mediunidade, a Mediunidade de Prova e a Mediunidade Natural. A estes iremos acrescentar um terceiro tipo: Mediunidade Provocada por Práticas Espirituais.

Mediunidade de Prova: trata-se do despertar mediúnico que ocorre a partir de determinada idade por missão. Em alguns casos, a Mediunidade que acompanha as crianças até certa idade não desaparece, permanecendo desperta ao longo dos anos.

A pessoa vem com o destino de passar por essa experiência e nada o pode impedir, embora mantenha o livre arbítrio e possa recusar-se a aceitar a sua missão. Trata-se de um acréscimo dado por Deus para a pessoa acelerar o seu desenvolvimento espiritual e ter mais capacidade de adquirir conhecimento, compreender melhor as leis da Vida, os desígnios de Deus, e praticar o Bem. Trata-se muitas vezes de Espíritos com dívidas do passado por resgatar (disparates feitos noutras vidas).

Em certos casos, o Espírito não tem grandes dívidas do passado. Muitas vezes decidiu desenvolver a Mediunidade na vida actual porque perdeu demasiado tempo e oportunidades numa ou mais existências anteriores.

As causas podem várias. Uma das mais frequentes é o suicídio. A pessoa suicidou-se deixando de cumprir a sua missão, passar pelas experiências que deveria ter passado e ajudado quem deveria ter ajudado. Outro exemplo é o comodismo que muitas vezes acontece em existências onde a pessoa era rica e não se esforçou para ajudar o próximo como lhe competia e era seu dever.

Esta Mediunidade é designada de prova porque se trata efectivamente de uma prova. Os dons não são fruto de um desenvolvimento natural como iremos ver a seguir, mas um “empréstimo” dado por Deus para recuperar o tempo perdido ou mal empregue.

 

A maior parte das pessoas que se dedicam à espiritualidade têm a mediundiade de prova. A sua conduta é alvo de avaliação e vigilância por parte dos seus Guias Espirituais. Se estudarem e praticarem suficientemente chegarão à mediunidade natural, fruto do desenvolvimento espiritual.

 Uma das maiores ilusões do Ser Humano materialista consiste no orgulho e vaidade de se julgar “dono” de algum estatuto, poder, bem material e até mesmo características/faculdades físicas, intelectuais e espirituais. Na verdade, nada pertence ao Homem. Nem mesmo o seu corpo físico que foi literalmente emprestado pelo Alto para seu crescimento espiritual, e que mais tarde ou mais cedo morrerá e voltará à Natureza de onde pertence.

Determinada pessoa poderá ter um grande poder material neste mundo. Poderá ser famosa, muito inteligente, sábia mesmo, ter muitas propriedades e dinheiro. Um “simples” acidente vascular cerebral (AVC), ou outra doença grave, poderá reduzi-la de um instante para o outro a um estado cuja dignidade de existência fica inteiramente dependente da caridade alheia pois por si própria já nada é capaz.

 

Os dons espirituais na Mediunidade de Prova são ainda mais um acréscimo de faculdades temporárias e a Vida testará como o médium desenvolvido gere esses dons.

Cada Ser Humano vem ao mundo com um conjunto de recursos, faculdades físicas, intelectuais, espirituais, bens materiais da família onde nasce, meio social mais ou menos favorável para passar por determinadas experiências, etc., e cabe a cada um, com os recursos que a Vida lhe dá, gerir da melhor forma esses mesmos recursos. É no entanto responsável pelo bom ou mau uso dos recursos que a Vida lhe emprestou para gerir. A cada condição (homem, mulher, pobre, rico, ignorante, sábio, etc.) as suas responsabilidades. No entanto, a quem muito é dado muito será pedido.

É isso mesmo a vida do Homem neste planeta: a de um “mero” gestor pois nada lhe pertence. Tudo vem de Deus incluindo o próprio Homem. O máximo a que Homem pode aspirar, deixando de lado toda a vaidade, orgulho e presunção, é servir, servir a Deus e ao próximo. E servir o melhor que pode, procurando à medida que progride, servir cada vez mais e melhor.

A justiça, o progresso e a felicidade colectivas, apenas podem ser alcançadas quando cada um fizer a sua parte. Todos servindo a todos, todos serão servidos e a paz colectiva será alcançada.

Os dons espirituais quando desenvolvidos, são portanto mais uns “instrumentos de trabalho” (além das faculdades físicas e mentais) para o aperfeiçoamento espiritual do próprio, e para participar no sublime trabalho da Seara do Senhor, que apesar do imenso trabalho para realizar, ainda conta com poucos trabalhadores. Muitos são os convidados mas poucos aceitam o convite. O médium será responsável pelo uso que fizer dos dons espirituais, assim como da utilidade ou inutilidade da sua vida.

Como já vimos, este despertar pode ser mais ou menos sofredor, dependendo de vários factores como o esforço da pessoa em compreender e aceitar o que se está a passar consigo.

A Mediunidade de prova é a Mediunidade mais frequente.

A Mediunidade Natural

 

Einstein, reencarnação do filósofo grego Demócrito, um exemplo de uma alma muito evoluída com a Mediunidade Natural

Mediunidade Natural: é a Mediunidade que resulta do progresso espiritual alcançado em pessoas evoluídas. As faculdades mediúnicas como a intuição pura, a inspiração e outras capacidades, não são fruto de dádiva Divina temporária, de provação, de uma espécie de “empréstimo” adiantado pelo Alto para ajudar a pessoa a “caminhar mais e melhor” como no caso da Mediunidade de Prova. São sim o fruto natural e merecido do longo caminho já percorrido em vidas anteriores e por vezes também na vida actual.

Ao contrário dos médiuns de prova, ainda imperfeitos, por vezes com vícios físicos e mentais, e moralidade repreensível, as pessoas muito desenvolvidas espiritualmente, com Mediunidade Natural, fruto desse desenvolvimento superior ao longo das várias reencarnações, caracterizam-se por uma superioridade moral acima da média, amor, sabedoria, paz interior apoiada na fé e na sua consciência espiritual desenvolvida (e não no exterior: nos outros, nas situações, nos bens materiais exteriores), emissão de vibrações elevadas (que são sentidas por outras pessoas como paz, tranquilidade e harmonia), grande alcance de visão sobre os mais variados temas e áreas da Vida (em muitos casos sem nunca os terem estudado nesta reencarnação), pelo seu altruísmo, amor desinteressado pelo próximo, sendo capazes de dar a vida pelo Bem do próximo ou por alguma causa cujo sacrifício seja compensado por algum tipo de avanço colectivo.

Tudo isto foi conseguido através da sua boa vontade e esforço em melhorar-se ao longo de sucessivas vidas. Nem poderia ser de outra forma a acreditar na Justiça Divina. De contrário, seria o mesmo que assumir que Deus é injusto, que dá demasiado a uns e nada a outros. Que faz alguns dos seus filhos para sofrer, para serem ignorantes, e outros para serem felizes e/ou sábios. Isso seria um absurdo irreconciliável com a justiça e bondade Divina apregoada por todos os grandes líderes espirituais!

Amália Rodrigues

A cantora de fado Amália Rodrigues tinha uma intuição e sensibilidade extraordinárias, fruto da sua mediunidade natural

São considerados exemplos de médiuns naturais Jesus Cristo, Buda, Maomé, Moisés, Abraão, Krishna, São Francisco de Assis, Santo António de Lisboa/Pádua, entre inúmeros outros.

A maior parte dos génios e grandes personalidades da ciência, da arte e da espiritualidade, nomeadamente grandes filósofos, cientistas, artistas como compositores, pintores e escritores, têm geralmente alguma forma de Mediunidade desenvolvida além de um certo desenvolvimento da Mediunidade Natural pois trata-se de Espíritos evoluídos.

 

Grace Kelly

Uma grande parte das pessoas famosas, poderosas, ricas, grandes empresários, são almas muito evoluídas. Muitas não se dedicam na vida actual à espiritualidade mas têm uma sensibilidade e intuição muito acima da média porque já fizeram esse trabalho de desenvolvimento espiritual noutras vidas.  Já fizeram muito Bem noutras vidas e vêm nesta encarnação desfrutar do conforto material. Algumas assumem que recebem comunicações espirituais e que têm visões esporadicamente.

Em alguns casos, além da Mediunidade Natural, determinada faculdade mediúnica apresenta-se mais desenvolvida para melhor responder às necessidades da sua missão na vida actual. É por exemplo o caso de inúmeros compositores e músicos que confessam ouvir as melodias “dentro da cabeça” antes de as passarem para o papel (foram os casos de Mozart e Beethoven), de inúmeros escritores que se “sentem inspirados” (a inspiração é um dom espiritual), etc. O mesmo se passa com certos poetas, romancistas, filósofos, cientistas, etc.

 

Sempre houve influências do mundo espiritual em relação ao mundo físico. É através dessa influência que A Vontade Divina tem guiado todos os passos da Humanidade desde o primeiro momento, embora respeitando o livre arbítrio do Homem para que este se torne responsável e tenha mérito pelos seus progressos.

Só a partir dessa influência de torna possível o avanço da Humanidade, para que progrida em conhecimento, arte, justiça, liberdade, cumprindo os planos preestabelecidos pelo Criador.

 

Muitas vezes certos Espíritos reencarnam com a missão de transmitir para o mundo físico certos conhecimentos que visam responder a preocupações, solução para problemas que fazem sofrer a Humanidade como a cura de doenças, problemas sociais, etc.

Esta é uma das principais razões porque enquanto uns estudam toda uma vida a ciência, a arte ou a espiritualidade, pouco ou nada produzem de novo, enquanto alguns poucos, em muito pouco tempo, fazem avançar a ciência, a arte ou a espiritualidade.

É caso de Mozart que começou a compor importantes obras ainda na infância! Jesus Cristo começou a divulgar a sua elevada e importantíssima mensagem aos 30 ou 33 anos e para alguns ainda mais cedo!

Ora sem a Mediunidade desenvolvida tal não seria possível, pelo menos nestes dois casos. Os dons muito desenvolvidos, que resultam em obras que deixam os estudiosos estupefactos, não são empréstimos para essas pessoas os utilizarem a seu bel-prazer. Esses dons são-lhes confiados para esses Espíritos mais elevados servirem Deus e a Humanidade.

 

Jesus Cristo

Jesus Cristo é uma alma sumamente evoluída.

Portanto, determinadas missões muito importantes, que estão apenas ao alcance de uns poucos, são aceites e levadas a cabo por Espíritos evoluídos, que fazem uso da sua Mediunidade Natural, fruto do seu já longo progresso.

 

 

Isaac Newton

A maior parte dos grandes cientistas são médiuns naturais.

 

Mediunidade Provocada por Práticas Espirituais: consiste no despertar das faculdades mediúnicas através de certas práticas espirituais como yoga, meditação, rituais, prática de ciências divinatórias como tarot, búzios, etc., e ainda, por práticas de terapias espirituais como é o caso do reiki, cura prânica, karuna, passes espíritas entre outras.

Cada vez mais pessoas em todo o mundo interessam-se por desenvolver a Mediunidade Provocada por Práticas Espirituais para acelerar o seu progresso espiritual.

Milhões de pessoas em todo o mundo praticam exercícios espirituais para desenvolverem a espiritualidade.

Dentro da Mediunidade desenvolvida por Práticas Espirituais, podem estar pessoas que de alguma forma preenchem os requisitos da Mediunidade de Prova ou da Mediunidade Natural.

No entanto, considera-se que a pessoa desenvolveu a Mediunidade por Práticas Espirituais, quando simplesmente, em determinada altura da sua vida e sem sintomas flagrantes de Mediunidade desperta, decidiu enveredar por um caminho que acelere o desenvolvimento de algum dom espiritual, como o dom de cura, de vidência, intuição pura, etc.

Trata-se muitas vezes de pessoas que assumem e procuram seguir as aspirações interiores que todo o Ser Humano tem em aproximar-se de Deus. Compreendem que as técnicas de desenvolvimento espiritual assim como o desenvolvimento da Mediunidade, podem acelerar e muito esse processo que de outra forma levará mais tempo, e onde se corre o risco de cometer erros que atrasem a sua evolução e/ou que possam gerar futuro sofrimento. Algumas já vão compreendendo de alguma forma que só o desenvolvimento espiritual, o estudo e a prática do Bem as ajudará a abandonar o mais breve possível o ciclo das reencarnações e aproximarem-se da mais elevada e eterna felicidade. Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. Mt 6, 33. Não acumuleis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os comem e onde os ladrões os desenterram e roubam; – acumulai tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os comem; – porquanto, onde está o vosso tesouro aí está também o vosso coração. Mt 6, 19

 

 

A Mediunidade Consciente e Inconsciente

Em qualquer acto de comunicação há sempre um emissor e um receptor. No entanto, quando se envia uma mensagem a um receptor, tal não significa obrigatoriamente que se irá obter resposta.

Para muitas pessoas, é aceitável não obter resposta, o retorno imediato, quando um Ser Humano (Espírito encarnado) comunica com um Ser Espiritual desencarnado, seja um Santo, antepassado, etc.

No entanto, é aceite desde remotas eras que o mundo espiritual comunica com os Seres Humanos, por exemplo através de sonhos, acontecimentos de vida, fenómenos naturais, etc.

Como já vimos, ao conjunto de faculdades que permitem o Ser Humano interagir e comunicar com o mundo espiritual dá-se o nome de “Mediunidade”. E todo o Ser Humano é médium, tenha ou não consciência disso. O Espírito de cada pessoa comunica, interage e é influenciado por seres espirituais desencarnados e encarnados, quer no estado de sono quer em vigília. Como a pessoa não tem consciência dessa comunicação/interacção espiritual, diz-se que se trata de “Mediunidade Inconsciente”, ou seja, a pessoa não tem consciência clara dessas comunicações, interacções e influências.

É o fenómeno da comunicação espiritual que permite por exemplo a uma mãe ou pai ter consciência, ainda que vaga, de que um filho não está bem, ou que lhe aconteceu algo de negativo ou de positivo. Em muitos casos isto acontece mesmo que o filho se encontre a centenas ou mesmo milhares de quilómetros de distância. É essa comunicação que permite ter consciência quando determinada pessoa está a chegar ao pé de nós, ou ainda, em determinado momento, alguém conhecido nos vai telefonar. Quantas vezes isso acontece!

Por outro lado, quando determinada pessoa além de comunicar com seres espirituais como o faz a maioria da população mundial nas mais diversas religiões, também recebe informação dos seres espirituais de forma directa, ou seja, os seres espirituais comunicam com a pessoa e esta tem consciência que tal acontece, então diz-se que a pessoa é “Médium Consciente”. Essas comunicações podem acontecer através de imagens, vozes, intuições, sensações, inspirações, etc. Em qualquer dos casos, trata-se de informações em que a pessoa sabe que não partiram de si mas de um ser inteligente exterior a si.

O conhecimento de como comunicar com seres espirituais, antepassados ou não, e receber conscientemente as suas mensagens, estava incluído entre os conhecimentos mais preciosos e secretamente guardados, incluindo com a própria vida, em inúmeras escolas espirituais, também chamadas na antiguidade de “escolas de mistérios” ou “escolas iniciáticas”. Por exemplo, muitos dos chamados “filósofos gregos” da antiguidade eram frequentadores e alguns mesmo mestres desse tipo de escolas. Alguns deles deixaram conhecimentos importantes nas áreas da filosofia, religião, matemática, física, medicina, etc., ainda hoje utilizados e levados em conta, mesmo depois de tantos séculos após a sua passagem pela Terra!

 

Todos Somos Médiuns

 

O Espírito ao reencarnar num corpo humano fica limitado pela matéria e ao longo da infância vai perdendo naturalmente a clarividência, sensibilidade e liberdade próprios do estado espiritual. No entanto, verdadeiramente nunca perde a ligação com o mundo espiritual. O Eu interior (também chamado “inconsciente”, “Eu Superior” ou “Espírito”), permanece na dimensão espiritual embora mais ou menos afectado pelo corpo, consoante a sua maior ou menor depuração espiritual. Dito de outra forma, a consciência espiritual de cada um está mais ou menos adormecida consoante o seu desenvolvimento espiritual. Quanto mais desenvolvida estiver a consciência espiritual menos afectada é a pessoa pela matéria.

E como para o Espírito a matéria não oferece resistência, o Eu interior é sensível a influências e comunicações espirituais embora o eu exterior (o mesmo que “ego” ou “personalidade”), raramente tenha consciência disso. Talvez escusado seria dizer que as pessoas com a Mediunidade desperta têm mais consciência dessas influências e comunicações. Eis a diferença relativamente às outras pessoas.

É principalmente durante o sono que o Espírito consegue momentaneamente mais alguma liberdade adicional. Neste estado, comunica com vários Espíritos que vão desde outros Espíritos reencarnados a Espíritos com ligações de outras vidas, até Guias e Mestres Espirituais de Luz, que orientam, dão avisos e conselhos para ajudar, dentro do possível, ao harmonioso desenrolar da reencarnação actual.

 

É devido a estes factos que em certos meios e escolas espirituais se diz que “Todos somos médiuns”. De facto assim é. A diferença é que em muitas pessoas essas faculdades permanecem adormecidas enquanto noutras elas despertam, quer naturalmente, quer por prática de determinado tipo de exercícios e métodos de desenvolvimento espiritual.

 

O desenvolvimento da Mediunidade por práticas espirituais está ao alcance da maioria das pessoas. No entanto, esse desenvolvimento depende de cada caso.

Todas as pessoas têm mais jeito para umas coisas do que para outras. Muitas pessoas poderiam ter os melhores mestres e recursos materiais à disposição para aprender a tocar piano e no entanto, passados alguns meses chegariam à conclusão que nunca iriam ser virtuosos nessa prática. Pelo menos na vida actual!

O mesmo se passa relativamente aos dons espirituais. Quando alguém com pouco tempo de prática consegue desenvolver os dons mediúnicos, é quase certo que já realizou trabalho espiritual numa ou em mais reencarnações. Ou então, não restam dúvidas que vem com a missão de desenvolver a Mediunidade na vida actual.

A Natureza não dá saltos. A Vida não dá cegamente mais a uns do que outros independentemente do seu merecimento e esforço realizado. Tudo tem um porquê e uma causa.

Contudo, com estudo e exercícios adequados é quase certo a maioria das pessoas desenvolverem algum tipo de faculdade mediúnica. É por exemplo o caso do reiki, tão em voga actualmente, e que é uma Mediunidade de cura, em que a maioria das pessoas com a iniciação adequada, em muito pouco tempo conseguem por exemplo aliviar dores e aumentar a sua vitalidade.

Este é sem dúvida mais um sinal de como o panorama espiritual da Humanidade está a mudar ainda que demasiado lentamente. Aquilo que durante séculos foi mantido em segredo hoje está ao alcance da maioria. Não deixa de ser entusiasmante observar jovens e tantos adultos aliviar o sofrimento de alguém através da imposição das mãos, canalizando energias do mundo espiritual, algo que no passado exigia uma vida inteira dedicada a certos templos e Mestres Espirituais, onde era exigido a pessoa abandonar a vida em sociedade e familiar, e devotar-se a Deus para o resto da vida, fazendo votos de pobreza, castidade e obediência.

 

Para terminar este ponto, importa sublinhar que todos os que iniciam a vida neste planeta vêm com a Mediunidade desperta. Todos os bebés e crianças até certa idade têm faculdades mediúnicas despertas. De facto, quando uma criança olha fixamente para “o vazio”, ou mantém aparente diálogo com um “amiguinho imaginário”, ele de facto está a ver entidades ou imagens espirituais.

Com a crítica, a zombaria e repressão dos adultos, que influenciam a criança a não prestar atenção a esses estímulos (a má ou deficiente educação que se dá às crianças neste Planeta começa bem cedo!), a criança é levada a deixar de prestar atenção a esses estímulos espirituais. E tal como um músculo que quando não é estimulado se atrofia, essas faculdades acabam por se atrofiar na esmagadora maioria dos casos, havendo no entanto excepções.

Mais tarde, após um período de latência, essas faculdades podem voltar a despertar por missão de vida (a pessoa tem o destino de desenvolver a Mediunidade) ou por determinadas práticas que levam ao seu desenvolvimento. No primeiro caso, quando a pessoa veio com a missão de desenvolver a Mediunidade, o despertar dá-se normalmente numa mudança de idade que ocorre de 7 em 7 anos: aos 7, 14, 21, 28, 35 anos e por aí em diante. Como facilmente se compreende, é por volta destas idades que são justamente diagnosticados o maior número de casos de Esquizofrenia e outras perturbações mentais…

 

 

A Mediunidade sempre existiu?
Não é apenas um dom dos espíritas ou dos Santos?

 

A Mediunidade não foi criada pelo Homem. Existe desde o momento em que o Homem apareceu ao cimo da Terra. Foi dada à Humanidade por Deus, fazendo parte integrante da nossa condição de Espíritos encarnados. As faculdades mediúnicas fazem parte do património espiritual exactamente da mesma forma que o calor faz parte do fogo. Não há fogo sem calor. Da mesma forma, onde existe um Ser Humano existe um médium em potencial. A Mediunidade faz parte dos atributos do Espírito, podendo estar mais ou menos adormecida em cada Ser Humano.

A Mediunidade existe independentemente da raça, estatuto social, ideologia ou religião. A Mediunidade não tem qualquer ligação exclusiva com alguma seita, religião ou filosofia.

Exactamente da mesma forma que esta ou aquela religião, seita ou corrente espiritual, utiliza as faculdades mentais para estudar as Leis da Vida e da Existência Humana, existem muitas correntes espirituais que vão mais além e procuram desenvolver nos seus membros as faculdades espirituais para estes aumentem a bagagem de conhecimentos acerca da Vida.

Todas as grandes religiões contaram desde sempre com médiuns desenvolvidos no seu seio. As religiões que perduraram no tempo foram inspiradas nos ensinamentos de médiuns muito desenvolvidos (Jesus Cristo, Buda, Maomé, Krishna, Abraão, Moisés, etc.).

Religiões e Mediunidade

Todas as religiões foram fundadas por médiuns muito evoluídos. Sem mediunidade não haveria religiões. A verdadeira religião consiste em justamente desenvolver a mediunidade!

Nem poderia ser de outra forma. Com os avanços da psicologia científica, sabe-se que não existe prova alguma que alguém, por muito inteligente que possa ser, seja capaz dos feitos de alguns artistas, filósofos e líderes religiosos. Só a inteligência não chega. É preciso algo mais para chegar ao patamar onde eles chegaram. E esse algo mais consiste nas faculdades espirituais desenvolvidas que começam com a intuição e a inspiração. E isso claro, além da bagagem espiritual que cada Espírito trás consigo, fruto do avanço ao longo das sucessivas reencarnações, e dos períodos de aprendizagem nos planos espirituais entre reencarnações e durante o sono.

 

Para continuar a evoluir, depois dos sentidos, do desenvolvimento das emoções, da inteligência e das consciências social e moral, o Ser Humano precisa de desenvolver a intuição.

É por isso que é tão importante o silêncio, a introspecção, a meditação, a contemplação. Essa importância é enfatizada em todas as religiões. É no estado de relaxamento físico, emocional e mental que a intuição se desenvolve e pode o Ser Humano desenvolver a sua consciência espiritual e dons espirituais. É a consciência espiritual desenvolvida através do estudo, da fé e da intuição em simultâneo, que permitirá ao Ser Humano “sentir” as grandes verdades da Vida, como sejam a existência de Deus, de planos de existência elevados, a verdade da existência da vida espiritual, da reencarnação, etc.

Além da intuição, é ainda possível experimentar directamente as verdades espirituais através dos “sentidos espirituais”. Assim como é possível ver, ouvir, cheirar, etc., no mundo físico com os órgãos dos sentidos, existem os sentidos espirituais equivalentes, que permitem experimentar (ver, ouvir…) o mundo espiritual.

O desenvolvimento pode ser inato, despertar a determinada altura da vida ou estimulada através de determinadas práticas espirituais.

 

A Evolução da Humanidade

Ora só com outros sentidos espirituais desenvolvidos foi possível a Mestres Espirituais como Jesus Cristo entre outros terem acesso a determinados conhecimentos que fizeram chegar à Humanidade, pois era essa a sua missão, a de mensageiros do Divino.

Porquê este obscurantismo em torno da Mediunidade?

 

Em primeiro, lugar importa sublinhar que esse obscurantismo não invade toda a Terra. Várias religiões praticadas no oriente aceitam com naturalidade a Mediunidade e milhões de pessoas passam a vida a procurar desenvolvê-la. No ocidente também existem meios em que isso acontece embora de uma forma mais restrita e menos ostensiva.

Quanto às confusões em torno da Mediunidade, já explicamos algumas das principais razões porque essa confusão ainda existe.

 

Actualmente, é a falta de estudo honesto a principal razão por tanto obscurantismo, uma vez que na maioria das sociedades ocidentais já não se vive no clima de medo e mesmo terror em que viveram dezenas de gerações, que poderiam pagar com tortura e a própria morte algum tipo de “atrevimento” em pôr em questão os interesses instalados, quer religiosos, quer políticos, e mesmo da própria ciência materialista.

Como praticamente tudo o que de mau existe neste mundo por culpa dos homens, a falta de progresso nesse conhecimento deve-se na sua maior parte à oposição e descrédito lançado por interesses instalados, de pessoas mais interessadas na defesa do seu conforto material e dos seus pares, do que pelo respeito e esforço pelo cumprimento dos desígnios do Criador. Como poderão lamentar tal orgulho e presunção…

 

Onde está a natureza humana, estão também as possibilidades de abuso, de egoísmo, de fracasso moral. Neste mundo em decadência espiritual, essa confusão ainda existe porque interessa a muitos que tal aconteça. Não interessa que milhares ou milhões sofram, que agonizem na loucura e na incompreensão. Interessa sim manter o estatuto e o conforto pessoal e dos seus pares. É ali as “agências de promessas” que atacam os espiritualistas e os médiuns defendo “os seus espiritualistas e médiuns”, é acolá os milhões de lucro proporcionados pelos medicamentos, é aqui os interessados que se demitem de pensar por sua própria cabeça pois andam demasiado ocupados com as distracções do mundo, e muito mais preocupados com o “que é de César” do que com o “que é de Deus”. Não é à toa que a preguiça (que inclui a preguiça mental) é um “pecado capital”, ou seja, algo que pode impedir o Homem de progredir e de ser feliz.

 

E quando se trata de questões espirituais, o receio muitas vezes é maior, uma vez que se trata de questões que tocam a todos: ricos e pobres, poderosos ou fracos. E essa é uma questão essencial e por vezes “incómoda” para quem passa a vida a fugir de si próprio, e/ou, sabe que não anda por “caminhos de Deus”, até que a Vida lhes retire a pouco e pouco ou subitamente essa possibilidade de “eterna fuga”.

 

O medo e a falta de coragem que tão poucos assumem ter perante as questões espirituais, fruto de uma má ou ridícula educação espiritual e até académica, ou ainda, de uma educação pautada pelo absurdo do “ateísmo”, como se “o acaso” alguma vez pudesse originar uma infinidade de fenómenos inteligentes ao longo de biliões de anos, leva a que a maioria da Humanidade tenha obrigatoriamente e contra a sua vontade, de passar pelo “departamento do sofrimento” da Sagrada Grande Escola da Vida, pois em vez de frequentar salutarmente e de boa vontade as aulas dessa grande escola, prefere esquecer-se das suas obrigações e divertir-se o mais que pode no “recreio”, ou, ocupar-se demasiadamente com questões materiais, que apesar da sua importância relativa são uma parte da Vida e não a totalidade da Vida. Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada. Lc 10, 41.

 

Olhando a experiência, regra geral, só os que não conseguem fugir ao sofrimento é que ganham coragem para procurar a Verdade que lhes trará alívio. E muitos nem com sofrimento! Pelo menos em vida.

Por seu lado, os que estão “bem”, ou que julgam que “estão bem”, raramente se atrevem a ir um pouco mais além, a adquirir conhecimento espiritual e a estudar as leis da Vida e da existência humana nas quais estão imersos.

No entanto, actualmente já não há desculpa pois todo o conhecimento se encontra disponível e acessível a todos. É só procurar.

Hoje em dia, salvo por motivos justos que a Vida saberá avaliar, só não sabem aqueles que não querem saber.

 

WhatsApp chat
Ligar Agora
Verified by MonsterInsights