Capítulo XV

Discussão Sobre Alguns Mitos E Dúvidas Mais Frequentes Sobre Mediunidade E Desenvolvimento Espiritual

 

Todas as pessoas que apresentam sintomas esquizofrénicos como ouvir vozes, ver imagens espirituais ou ter pensamentos que não são seus por exemplo, são médiuns despertos?

Nem sempre. Há lesões do sistema nervoso que levam por vezes a pessoa a sofrer de alucinações. Intoxicações devido a abuso de drogas também podem causar esses sintomas.

Apenas uma pessoa com experiência em casos espirituais pode fazer o diagnóstico de forma correcta.

Regra geral, o primeiro passo consiste em realizar exames médicos para descartar alguma causa de origem orgânica. Depois sim, se não foi encontrada nenhuma causa para os sintomas, deve ser colocada a hipótese de perturbação espiritual ou Mediunidade desperta, e procurar alguém competente nessa área.

 

Mas é possível a mesma pessoa, com sintomas de Esquizofrenia, ter alterações orgânicas e sintomas de Mediunidade desperta?

Sim, há casos em que isso ocorre. Os verdadeiros sintomas mediúnicos podem estar presentes também no caso de debilidade mental, intoxicação por drogas, determinados processos inflamatórios ou outra alteração do sistema nervoso.

Há também casos de alcoolismo e toxicodependência devido a Mediunidade desperta e que não foram devidamente orientados. Por exemplo nestes casos, a pessoa necessita geralmente de cuidados médicos e espirituais. Muitas vezes, o internamento para desintoxicação deverá ser o primeiro passo a ser dado e só depois se deve dar início à orientação espiritual.

É claro que em Portugal este é geralmente o caminho possível. Nalgumas clínicas e hospitais de alguns países, a pessoa também começa a ser orientada espiritualmente desde o primeiro momento. (ver apêndice Hospitais Espíritas Brasileiros)

 

 

Os medicamentos são o único tratamento para a Esquizofrenia.

É falso. Milhares de pessoas em todo o mundo ultrapassaram as crises iniciais do que medicina chama de Esquizofrenia sem recorrerem a medicamentos. Muitas nunca recorreram a urgências de psiquiatria e em muito maior número nunca foram internadas devido a problemas psiquiátricos.

Nos casos em que a pessoa passou por um despertar mediúnico e não recorreu a ajuda médica, geralmente é porque encontrou alguém que lhe transmitiu conhecimento espiritual para controlar as suas faculdades mentais e espirituais, ou frequentou alguma escola espiritual, centro espírita, etc.

 

Os medicamentos psiquiátricos nunca são necessários se a pessoa enveredar por um caminho espiritual.

Depende dos casos. Há pessoas que nunca precisaram deles. No entanto, os medicamentos podem assumir um papel importante, principalmente no início dos sintomas, quando a pessoa por incompreensão, medo ou outro motivo perde o controlo da situação. Por exemplo, desencadeia ataques de pânico ou não consegue orientar a sua vida de uma forma razoável. É geralmente aconselhável a toma de medicação e mesmo internamento em alguns casos, quando a pessoa apresenta tendências suicidas, impulsos criminosos, etc., ou seja, quando os riscos de se prejudicar a si ou a alguém são relevantes.

 

A partir do momento em que uma pessoa começa a ser acompanhada espiritualmente deve deixar de tomar medicação psiquiátrica.

Não e pode ser um erro grave. A experiência diz que não se deve deixar de tomar a medicação a partir do momento em que alguém começa a ser orientado espiritualmente. Em alguns casos a pessoa pode piorar. Além disso, alguns medicamentos exigem que se deixe de os tomar lentamente, passando por uma fase de “desmame”. Pode ser perigoso deixar de os tomar repentinamente.

Com a orientação adequada e consoante cada caso, a pessoa irá adquirindo a pouco e pouco o controlo da sua mente e da sua vida. De acordo com as melhoras demonstradas, o médico que acompanha essa pessoa naturalmente irá reduzindo a medicação. Em muitos casos, após algum tempo a pessoa deixa de ser medicada e recebe alta.

 

As pessoas com Esquizofrenia têm de ser internadas quando os sintomas são graves.

Em alguns casos sim.

Na maioria dos casos não são os sintomas que são graves: é a pessoa que perde o controlo emocional e entra em desespero devido principalmente aos seguintes factores:

  • Medo
  • Incompreensão do que lhe está a acontecer
  • Falta de orientação e acompanhamento adequado (orientação espiritual competente)

 

Se ao longo de meses e anos a pessoa não encontra a orientação adequada (porque não procura, desconhece ou nega a hipótese espiritual por exemplo), é óbvio que o desespero e a incompreensão poderão em certos casos levar a pessoa a ficar cada vez mais dependente dos cuidados médicos e de apoio psicológico.

 

Repetimos, é o medo do desconhecido, a incompreensão, e por vezes, a não-aceitação da sua espiritualidade desperta, que em alguns casos leva a pessoa ao desespero, ao aceitar que é “doente mental”, e em certos casos mesmo ao suicídio.

 

O que mais confusão faz é que os médicos e as pessoas com quem lido diariamente não acreditam “nessas coisas espirituais”.

Não se deixe levar por ilusões desse género. As pessoas são mais espirituais do que demonstram aos outros. A questão é que é mais fácil negar o que não se conhece nem domina, do que fazer um estudo sério e profundo sobre estas questões da Vida.

Se fosse verdade que os dons espirituais ou mediúnicos fossem sintomas de Esquizofrenia no sentido de “doença mental” grave, se certos médicos tivessem razão quanto ao que se chama “sintomas de Esquizofrenia”, então todos os grandes Mestres Espirituais como Jesus Cristo, Buda, Maomé entre tantos outros, assim como muitos dos Santos de todos os tempos e de todas as religiões, seriam esquizofrénicos e certamente não é isso que lhe diz o seu coração.

 

Se a visão médica e materialista tivesse razão quando diz que quem apresenta dons espirituais desenvolvidos como ouvir vozes ou ver imagens, ou recebe informação de alguém invisível é esquizofrénico, então a maioria dos livros sagrados da Humanidade incluindo a Bíblia não passavam de relatos “esquizofrénicos”.

Ou ainda, quando um pintor, escritor famoso ou músico como Mozart ou Beethoven, assumem que em certos momentos se sentem inspirados por “algo”, ou que “há algo ou alguém que lhe dita mensagens” e o ajuda a desenvolver a sua ciência ou arte que o imortaliza, também ele teria de ser considerado “esquizofrénico”, ou seja, “doente mental”.

 

Ridículo não é?

 

A Humanidade está sujeita a uma evolução que Deus estipulou e não pode fugir dela sem sofrimento, seja por preguiça, revolta, ignorância.

A questão é que é a ignorância e o medo irracional, fruto de uma educação religiosa deficiente ou inexistente, a par da Humanidade se recusar a desenvolver a sua dimensão espiritual, o que de facto dá origem a estes equívocos.

Sem dúvida, a falta de valores e desenvolvimento espiritual está a destruir moralmente a Humanidade, que se recusa a “dar ouvidos” aos alertas dos grandes Mestres Espirituais e a pôr em prática a Vontade Divina.

 

Mas não se preocupe, com estudo e perseverança, poderá a pouco e pouco encontrar respostas para todas ou quase todas as suas perguntas e inquietações.

 

As pessoas que são diagnosticadas de esquizofrénicas não podem trabalhar nem constituir família.

Muito pelo contrário. Existem estudos que revelam que as pessoas que não se entregam à “doença” e que levam uma vida activa e constituem família apresentam os melhores prognósticos.

A maioria das pessoas que segue uma via espiritual leva uma vida perfeitamente normal e constituem família. Há no entanto seres que ou por provação, ou por um desenvolvimento espiritual excepcional, ou porque vêm como uma missão muito específica, optam por uma vida em solidão. Isso acontece com alguns “Santos” e cientistas por exemplo, que precisam de todo o tempo disponível para cumprir a sua missão. Não confundir isso com egoísmo. Os que trabalham pelo progresso da Humanidade são os que “dão a sua vida pelo próximo”. Mas esses casos são mais raros.

O trabalho é das actividades mais terapêuticas que existem para estas pessoas (senão para todo o Ser Humano).

Obviamente que quando a pessoa além dos sintomas apresenta debilidade mental ou outra condição limitativa, fica mais difícil (e por vezes mesmo impossível) ter uma vida laboral normal.

Nos casos em que a pessoa é incapaz de autonomia para ter um emprego, dentro do possível, é benéfico inseri-la em actividades ocupacionais em que se sinta bem (ajudar em pequenas tarefas por exemplo), frequentar determinadas instituições sociais, etc.

 

Algumas pessoas que cometem crimes apresentam sintomas de Esquizofrenia

Verdadeiro. Se é verdade que muitos utilizam esse argumento em tribunal para escaparem a uma condenação, também é verdade que algumas pessoas que cometeram crimes têm sintomas de Mediunidade desperta (assim como muitos suicidas). Alguns assumem ter “ouvido vozes que lhe diziam para fazer algo mau”, outros dizem que “não fui eu que fiz aquilo” ou “não era eu”.

Por exemplo no Canadá, estima-se que 15 a 20% dos reclusos tenham uma patologia psiquiátrica, que como já sabemos, em alguns casos é sinal de perturbação espiritual.

Mas existem outras causas para a criminalidade. As baixas condições económicas, a condição de “sem abrigo”, a revolta perante as injustiças sociais e a má distribuição de recursos e oportunidades, o abuso de álcool e drogas, o pensar que se é “mais esperto” do que os outros e que Deus não existe ou é cego, leva muitas pessoas a cometerem crimes sem qualquer causa espiritual.

Infelizmente, a falta de estudo faz com que seja muito difícil provar em tribunal que alguém na altura de um crime estava de facto a ter um “episódio psicótico” ou “crise esquizofrénica”. Só quando a desestruturação mental é muito grave é que uma pessoa é considerada inimputável (não se lhe pode atribuir a responsabilidade dos seu actos).

 

É provavelmente fácil para si compreender o seguinte: se uma pessoa diagnosticada com Esquizofrenia enfrenta algumas amarguras por parte da sociedade, imagine alguém que ainda por cima cometeu um ou vários crimes?!

 

Embora dependa de cada caso, as pessoas com a Mediunidade desperta e com tendências criminosas precisam de muito apoio e orientação espiritual.

De facto, todas as pessoas têm as suas imperfeições, as suas tendências negativas, os seus “problemas interiores” por resolver.

Há pessoas que o seu problema é terem tendência para certo tipo de crimes, seja perante a Vida ou perante as leis dos homens. É uma das suas “imperfeições”.

Consoante os casos, além de orientação, estas pessoas precisam de devotar-se com todas as suas forças à prática do Bem e procurar levar uma vida calma e muito espiritualizada. Isto claro, se aspiram a algum dia libertarem-se do sofrimento actual e viverem uma vida interior mais tranquila…

 

Tenho medo de recorrer a espiritualistas porque há pessoas que se aproveitam do sofrimento dos outros.

Em todas as actividades humanas existem os bons, os menos bons e os maus, os charlatães, os oportunistas e as pessoas honestas. Porque a espiritualidade deveria de ser diferente? Não foram mortas e ainda são mortas tantas pessoas em nome de Deus?

 

Sem dúvida que há pessoas que se aproveitam do sofrimento dos outros e prometem o que não podem dar. Mas e aqueles políticos, polícias, médicos, padres, advogados, juízes e poderosos da indústria que de vez em quando são alvos de processos criminais devido a actos moralmente reprováveis, quando a sociedade espera que sejam os primeiros a dar o exemplo?

Como sabe, existem certas ordens e associações que supervisionam o trabalho de certas classes de profissionais, e ainda assim, quanto disparate por vezes se descobre e vem a público! E é claro que isso será sempre a ponta do iceberg pois a maior parte dos “pecados” não são conhecidos publicamente. Agora imagine numa área onde não existe supervisão como a espiritualidade.

Onde está o Homem está sempre a natureza humana, com as suas imperfeições, possibilidades de fraqueza e fracasso. É por isso, e também devido ao ainda baixo nível de desenvolvimento espiritual atingido pela Humanidade, que a sociedade está organizada da forma que está: é preciso polícia, chefes, hierarquias, responsáveis, etc., onde supostamente “todos vigiam” e por sua vez “são vigiados”, incluindo os políticos, juízes e outras figuras com destaque social, que estão sempre sujeitos à “vigilância” de uma figura ou instituição.

Ora o objectivo disso é que “todos vigiando a todos” (e o ideal seria encarar isso de uma forma fraternal e com uma atitude de boa vontade), é facilitar a harmonia social e ajudar cada um a ultrapassar as suas fraquezas, os seus instintos inferiores e egoístas, as tentações, as dificuldades…

 

Em certo país pelo menos, existe uma associação que realiza exames de Mediunidade e passa um certificado que é válido por um determinado período de tempo, para a pessoa exercer a sua actividade espiritual. Ao fim desse tempo, o médium precisa de prestar de novo provas para averiguar se ainda mantém essas faculdades e se se mantém credível.

Em Portugal, até ao momento, que se saiba, ainda não existe nenhuma associação com esse objectivo.

 

“Pelos frutos se conhece a árvore.” Não é muito provável que encontre um mestre iluminado que num passe de mágica alivie todo o seu sofrimento e faça de si uma pessoa auto-realizada espiritualmente. E claro, “para que você acredite”. Não é assim que as coisas funcionam.

Mas se por exemplo, encontrar um centro espírita ou um médium desenvolvido que de 0 a 100, consiga fazer por si 10 ou 20 (100 só Deus), dê graças a Deus por ter colocado essa pessoa no seu caminho.

 

Além do mais, o charlatanismo ainda vai existindo porque a Humanidade em geral não se dedicou seriamente ao estudo da espiritualidade e das questões mediúnicas – do intercâmbio entre o mundo espiritual e o mundo físico -, embora ninguém lhes consiga escapar: todos estão sujeitos a elas.

 

Quando alguém reza está a praticar um acto mediúnico, a comunicar, a interagir com o mundo espiritual embora a maioria das pessoas não tenha aprendido a estar receptivo às respostas do mundo espiritual.

A frase-chave é procurar até encontrar sem nunca desistir. E entretanto, elevar cada vez mais alto o pensamento a Deus: falar com Ele, rezar a Ele, Sentir a Sua Presença, a Sua Paz e o Seu Amor, desenvolvendo ao máximo a Fé.

 

Quando o médium leva dinheiro é certo que estamos perante um charlatão, um explorador da espiritualidade não é assim?

Isso não é verdade. E além disso, ser de graça não é sinónimo de competência. E o oposto também é verdade.

Na prática, voltamos aos grandes ditados: Pelos frutos se conhece a árvore, e, Pelas obras se conhece o seu autor. Se os resultados aparecem, algo melhora e a informação revelada pela pessoa faz sentido quando filtrada pela razão e pelo bom-senso, então é provável que a pessoa mereça pelo menos alguma da nossa confiança.

 

O dinheiro é um dos temas que mais leva à hipocrisia e desconfiança, muitas vezes injusta, dos adversários da espiritualidade que pretendem ridicularizar e chamar de “exploradores” pessoas muitas vezes competentes e capazes de muito ajudar quem sofre. Muitas pessoas, hipocritamente recorrem a médiuns que de facto não levam dinheiro mas depois de beneficiarem da sua ajuda, não lhes retribuem com nada. Muitas vezes nem com respeito!

Para elas não interessa se o médium precisa de comer, de pagar as suas contas ao final do mês, se precisa de comprar livros para os seus filhos, etc.

Mas depois, algumas dessas mesmas pessoas não toleram do seu patrão um dia de atraso em pagar o seu salário, exigem algum tipo de retribuição quando um superior lhes pede para fazer algo que “não faz parte das suas tarefas”, ou explodem de raiva se o patrão ou chefe lhes pedir para trabalharem mais uma hora. São muitas vezes pessoas egoístas, que têm o atrevimento de pensar que o mundo existe para as servir (incluindo os médiuns). Elas só têm direitos, não deveres.

 

O ideal seria não levar dinheiro. Mas isso é uma parte da questão. Na verdade, provavelmente o ideal seria NÃO EXISTIR DINHEIRO. E parece ser essa a questão fundamental.

A realidade actual é que uma grande parte da Humanidade já nem beber água consegue se não tem dinheiro para comprar essa água. Tudo o que o Homem precisa para sobreviver (ar, água, alimento) a Natureza dá de graça sem nada pedir em troca (na verdade, gostaria de ser mais respeitada pelo Homem).

Todas as faculdades humanas foram dadas gratuitamente por Deus para o Homem viver, trabalhar e progredir. No entanto, o Homem inventou o dinheiro que conjugado com as desigualdades sociais, com o absurdo desnivelamento da distribuição de recursos e oportunidades, na prática, deu origem a consequências gravíssimas que estão a pôr em perigo a própria sobrevivência da espécie humana.

 

Dito isto e para que reflicta, o ideal seria o espiritualista não levar dinheiro e quando precisar de comer, de vestir, de electricidade, de comprar livros para aos seus filhos, etc., as outras pessoas de quem ele depende para ter acesso a este serviços e recursos, também não lhe levassem dinheiro. Está a ver a questão?

 

Algumas pessoas vieram com a missão de não cobrarem pelos seus serviços à espiritualidade e não o podem fazer pois foi esse o caminho que escolheram. Infelizmente, muitas passam mal por causa da ingratidão de quem recorre aos seus serviços!

Ora é muito discutível se nas sociedades actuais, principalmente nas ocidentais, é decente alguém ou um centro espiritual passar mal porque “vive de esmolas”. E também não parece lá muito mais dignificante o que algumas pessoas fazem, não levando nada pelo exercício da sua Mediunidade, mas depois, quase exigem que a pessoa compre um chá, um produto natural, um talismã, etc. E algumas vezes sem a pessoa precisar!

Noutros casos, o centro não leva dinheiro mas quase intimida a pessoa dar esmolas, e por vezes, mais do que uma vez durante o mesmo dia! Uma vergonha!

Para evitar situações lamentáveis, talvez o preferível seja a pessoa ou centro estabelecer um preço justo, através de uma cota obrigatória, um pagamento simbólico por cada serviço, etc. Mas cada um é livre e responsável pelas suas decisões. Cabe ao médium a responsabilidade de decidir se pode ou não fazer o uso dos seus dons gratuitamente, ou se precisa e/ou acha justo, cobrar uma certa quantia. O julgamento da sua decisão pertencerá a Deus. Quanto às pessoas que beneficiam dos seus serviços, apenas lhe cabe julgar se são ajudadas ou não.

 

Mas o espiritualista não deve “Dar de graça o que de graça recebeu” (o uso dos dons espirituais)?

Desculpe mas essa é de bradar aos Céus!!!

Aprenda de uma vez por todas que tudo é dom no Ser Humano e todos os dons são “gratuitos”, dados “de graça” por Deus!

Existem os dons físicos (falar, ouvir, andar, etc.), os dons psicológicos (capacidade de decisão, de raciocínio, etc.) e os dons espirituais (intuição, vidência, etc.).

Quem utiliza a força física para ganhar o seu sustento não utiliza os dons naturais que Deus lhe deu GRATUITAMENTE ?

Quem tem um trabalho intelectual como um professor, advogado ou político, que utiliza dons como a inteligência, a capacidade de decisão, de gerir recursos humanos e/ou materiais, não está a utilizar aquilo que “DE GRAÇA LHE FOI DADO”?

É claro que sim. TUDO É DOM NO SER HUMANO, incluindo o “simples” andar, ver e falar. O Ser Humano devia de agradecer pelo menos de vez em quando a Deus os dons que lhes foram dados porque muitas pessoas não têm esses mesmos dons DESENVOLVIDOS (há pessoas que não andam, não falam, não vêm…)!

 

O dar de graça o que de graça se recebeu é um argumento que muitos hipócritas e inimigos da espiritualidade gostam de utilizar para vexar os espiritualistas. Alguns fazem mesmo o afronta de recorrem aos seus serviços quando em sofrimento e retribuem de forma ridícula ou nada dão. Mas depois, sabem criticar se a casa desse espiritualista é pobre, se ele não está bem vestido, ou se apresenta uma linguagem e bagagem cultural que não corresponda ao “nível elevado” desses críticos.

Mesmo entre as pessoas que têm obrigações para com a espiritualidade porque assumiram perante o Alto certos compromissos, muitas das que realmente podem, pouco contribuem para certas causas ou para a manutenção de centros espirituais, ou dão o mínimo, mas depois, já têm dinheiro para todo o tipo de extravagâncias, vícios e vaidades. De facto, algumas ainda não se decidiram se querem viver para o “mundo de César” ou amealhar “tesouros no céu”!

 

Mais uma vez, cabe ao espiritualista a responsabilidade da sua decisão. Se é verdade que alguns conseguem desenvolver os dons espirituais com pouco trabalho, outros precisam de gastar muito dinheiro e tempo para os desenvolver.

Além disso, muitos, para se manterem actualizados e continuarem a evoluir, precisam de investir muito do seu tempo e dinheiro, exactamente da mesma forma que um cientista ou artista precisa de dinheiro para continuar a progredir.

O facto de alguém ser médium não significa “tudo saber” ou os Guias de Luz tudo lhe dizerem, nada tendo o médium que estudar. Não é assim que as coisas funcionam. Certos tipos de médiuns, cada vez mais raros, são capazes de muito sem terem estudado nesta vida mas geralmente, regra geral, o fruto do exercício da sua Mediunidade deve-se a trabalho realizado em vidas anteriores. Infelizmente, por falta de acesso a informação, dificuldades económicas ou outro motivo, muitos ficam cristalizados no seu conhecimento e capacidades, não evoluindo.

Ainda outro dado importante. Cada vez mais pessoas com cursos superiores, como médicos e outros profissionais da saúde, assim como profissionais de outras áreas, têm alguma forma de Mediunidade desenvolvida. Teriam agora essas pessoas de trabalhar noutra área, como na agricultura, na construção civil ou noutra profissão, para depois poderem fazer uso da Mediunidade na sua área de formação de graça? Não seria absurdo?!

 

Pois também saiba ainda que há pessoas e centros espirituais que “não levam dinheiro” mas são capazes de muito pouco para ajudar o próximo necessitado de respostas e soluções urgentes. Enquanto outros cobram mas são capazes de excelentes resultados!

 

Mas há espiritualistas e escolas que levam preços exorbitantes que não estão acessíveis à maioria das pessoas.

Há! Mas isso é outro assunto!

É preferível existir um centro que cobre mas que ajude pessoas que precisam, do que não existir nenhum centro, nem a pagar nem ”de graça”.

Mas é claro que há um preço justo para tudo. Nos meios espirituais sabe-se que aqueles que comercializam de forma exagerada a espiritualidade poderão pagar em elevado preço por isso. E geralmente, é uma questão de tempo até perderem os dons espirituais. Depois de lhes serem retirados os dons e os Guias de Luz se afastarem, começam a viver da experiência e do embuste. Isto claro, se não tiverem coragem para se redimirem e pedir perdão a Deus.

 

Quando alguém leva dinheiro, se faz bem ou mal é um julgamento que pertence a Deus e não a alguém que, sem estar dentro da área espiritual e das dificuldades inerentes, pretende ser “mais conhecedor” do que os próprios responsáveis que estão por dentro das dificuldades da manutenção dos centros.

Imagine que a Mediunidade despertou em si. Anda há anos num psiquiatra a sofrer e não vê melhoras na sua vida como acontece com milhares de pessoas. Um dia alguém lhe diz que o seu problema é espiritual. Preferia ter acesso a um centro espiritual que lhe ajude e cobre alguma quantia ou prefere não existir ninguém perto da sua zona de residência para o ajudar?

Quanto a isto não temos dúvidas: como diz o mestre Molinero, é preferível juntar pelo dinheiro do que separar pela fome.

Apenas cabe às pessoas que podem ter acesso a esses centros que cobram, julgarem por si próprias se obtêm algum tipo de benefício com essas pessoas e centros.

Quanto ao resto, é bom que respeitem o trabalho e esforço alheio, da mesma forma como gostam de serem respeitadas pelo que fazem nas suas actividades profissionais.

 

Dito isto, também queremos dizer que é geralmente de desconfiar de pessoas ou centros que exigem somas absurdas de dinheiro. Muitas dessas pessoas estão a prestar um péssimo serviço à espiritualidade. É pouco provável que estejam a prestar um serviço honesto ao próximo. Certos médiuns (ou se calhar pseudo-médiuns), levam tanto ou mais por consulta do que um médico especialista que precisa de toda uma vida de estudo e de despender muitos milhares de euros na sua formação. É de desconfiar sem dúvida.

 

Já fui a várias “pessoas” que me disseram que o meu problema era causado por Espíritos que me estavam a importunar. Fizeram-me vários tipos de tratamentos mas nunca fiquei curado definitivamente. Os sintomas voltaram sempre.

Isso é muito frequente. E é também um dos factos que leva muitas pessoas ao descrédito fácil da espiritualidade devido unicamente à sua ignorância.

O facto dessas pessoas o ajudarem a aliviar o seu sofrimento não significa que o tenham curado. E o facto que explica isso é muitas vezes o seguinte: se fizer parte da sua missão de vida desenvolver a Mediunidade ou simplesmente estudar espiritualidade, nenhum médium pode aliviá-la para sempre, nem que seja um Santo!

Ninguém tem o direito de intrometer-se no karma nem na missão de cada um pois fomos nós próprios que escolhemos antes de nascer as provas a ultrapassar.

Quando a razão para os sintomas voltarem se dever à necessidade de conhecimento e desenvolvimento espiritual da pessoa, esses sintomas não desaparecerão facilmente. Em muitos casos nunca desaparecerão e em alguns casos piorarão (há pessoas que consideram que melhoram porque habituaram-se a viver com os sintomas).

 

Já fui a várias pessoas que dizem que sou médium e preciso de “trabalhar”, “fazer algo” no campo espiritual. Mas não me dizem muito mais do que isso, o que fazer. O que pensar?

E já lhes perguntou o que precisa de fazer?

Aliás, em primeiro lugar, faz-lhe sentido essas pessoas dizerem que é médium? O que diz o seu coração? Se a resposta é “Sim”, está à espera de quê?

É claro que TEM DE ASSUMIR que quer desenvolver a Mediunidade, ou pelo menos, adquirir algum conhecimento espiritual. Seguir algumas indicações por curiosidade ou “por favor” dificilmente o levarão a algum lado.

A maioria dos bons mestres ou instrutores espirituais (para quem tem a sorte de encontrar um) não ensinam pessoas que estejam vacilantes e/ou que não queiram assumir nenhum tipo de responsabilidade.

 

O facto de alguém ter dons mediúnicos desenvolvidos ou conhecimentos que lhe permite dar essa informação, não quer dizer que tenham conhecimentos ou capacidades para o desenvolver espiritualmente.

Ser médium não é sinónimo de “santidade”, de “tudo saber” ou da pessoa ser espiritualmente iluminada. Existem muitos tipos de Mediunidade e entre os médiuns, existem aqueles mais capazes do que outros para determinadas tarefas, como por exemplo, a tarefa de ensinar a desenvolver a Mediunidade nos outros.

É preciso encontrar alguém, uma escola espiritual, um centro espírita, etc., para desenvolver o seu conhecimento e se for esse o seu caso, desenvolver de forma proveitosa e útil os dons mediúnicos. Com estudo e prática descobrirá quais as suas tendências mediúnicas.

 

Importa também dizer que muitas pessoas dificilmente desenvolverão a Mediunidade de forma frutuosa. Faz “apenas” parte da sua missão para esta vida estudar a espiritualidade e viver uma vida harmoniosa do ponto de vista moral. E isso já não é coisa pouca nos dias que correm!

Algumas, antes de lhes ser desenvolvido algum dom ou dons, ainda têm de provar muita coisa ao “Céu” e ultrapassar certas provações…

 

Tenho livros de espiritualidade que ensinam exercícios para desenvolver os dons mediúnicos. Deverei praticá-los?

Isso é uma decisão que cabe a cada um. Numa grande parte dos casos a resposta é não. Pode ser perigoso praticar exercícios espirituais sem uma orientação competente.

Esses livros são bons para pessoas mais evoluídas, que já tenham alguma experiência ou canais de comunicação com Guias de Luz abertos. Não são aconselhados para pessoas que estão a sofrer algum tipo de perturbação, obsessão, etc.

Praticar exercícios espirituais para desenvolver dons mediúnicos é literalmente semelhante a praticar uma cirurgia. Pode-se ler muitos livros de medicina mas realizar uma cirurgia requer muito conhecimento e supervisão, caso contrário pode ser catastrófico.

Pode alegar-se, “Então porque esses livros ensinam exercícios?” A resposta é simples: também não existem livros de medicina e cirurgia à venda? E é por isso que se deixa de buscar o conselho dos médicos?

Geralmente, os bons livros que ensinam exercícios para desenvolver a Mediunidade alertam para os perigos e chamam a atenção para a extrema responsabilidade individual, embora alguns não o façam de forma tão clara quanto seria desejável.

 

É preciso a pessoa estar consciente dos cuidados a ter na prática de exercícios para evitar obsessões espirituais desnecessárias.

Há no entanto pessoas que sentem uma vontade quase irresistível de praticar alguns tipos de exercícios para desenvolver os dons espirituais e dão-se bem. Isso fica ao critério e responsabilidade de cada um.

Apesar dessa possibilidade, não é por acaso que este trabalho não apresenta exercícios para desenvolver a Mediunidade.

 

O medo que algumas pessoas têm de enveredarem pelo caminho espiritual:

Sr. Dr., sabe, eu penso que a chave para o meu problema está na espiritualidade. Só que eu ouço dizer que essas pessoas sofrem muito. Prefiro ficar como estou.

A senhora que disse estas palavras pesava cerca de 140 kg, mal podia andar, pressentia presenças espirituais, tinha visões espirituais pontuais e devido ao seu excesso de peso não conseguia encontrar emprego. Estava em desespero.

Os sintomas de Mediunidade agravaram-se significativamente quando anteriormente, três anos antes da data actual em que proferiu estas palavras, realizou sessões de invocação espiritual de “Orixás” (Espíritos guardiões de algumas forças da Natureza) com as filhas “por curiosidade e brincadeira”.

A sua depressão era grave devido a toda a situação e começava a dar os primeiros sinais de perturbações mentais preocupantes.

 

A questão que aqui interessa diz respeito à frase “essas pessoas sofrem muito”. De facto pareceu irónico ouvir estas palavras de alguém que suscitava grande compaixão. O pensamento foi “Mas será que é possível esta pessoa sofrer mais do que o que já está a sofrer? ”

 

De facto, existe um grande número destes casos: de pessoas a quem a vida não corre bem mas evitam a espiritualidade, apesar de saberem que a cura e solução para os seus problemas, ou pelo menos, para alguns dos seus problemas, está no desenvolvimento da sua espiritualidade.

O mito de que as pessoas que desenvolvem a Mediunidade “sofrem mais do que as outras” não faz sentido. Todas as profissões e formas de estar na vida têm as suas peculiaridades. E a Mediunidade também.

O médium que desenvolve a espiritualidade é uma pessoa exactamente como as outras, que come, bebe, trabalha, tem as suas imperfeições e virtudes. Passa exactamente pelas mesmas provações de todas as outras pessoas: perante a morte, o desemprego, a doença, a traição de terceiros, etc. Do ponto de vista meramente humano, NADA É DIFERENTE NA VIDA DE UM MÉDIUM DESENVOLVIDO.

 

Se é fácil de aceitar que Deus não dá mais a uns do que a outros sem merecimento, se é fácil compreender que não é por uma pessoa desenvolver a sua espiritualidade, procurando conhecer e cumprir a Vontade do Criador que é mais beneficiada do que outras, porquê a ilusão de que Deus faria sofrer mais, justamente aqueles que mais se esforçam por cumprir os Seus desígnios?

Seria uma aberração contrária à justiça e bondade Divinas, que qualquer pessoa com o mínimo de estudo e compreensão correcta da Vida, depressa se começa a aperceber.

 

A verdade é que não é por alguém desenvolver a espiritualidade que é mais beneficiado ou prejudicado pela Vida do que os outros.

Em muitos casos, a expectativa de aceder a “favores” especiais do Alto, é uma das primeiras ilusões que algumas pessoas ainda incipientes alimentam quando enveredam por uma via espiritual. Depois virá o desânimo ao compreenderem que a Justiça é igual para todos. Mas a culpa não é da espiritualidade mas sim da sua ignorância (“ignorância” significa “falta de conhecimento”. Jamais utilizamos nesta obra esse termo com o significativo pejorativo com que por vezes é utilizado).

 

Outro dado que pode levar algumas pessoas a pensar que um médium sofre mais do que as outras pessoas é a sua sensibilidade desenvolvida. Algumas pessoas podem ser mais sensíveis a determinadas informações e impressões que nem sempre são positivas. Mas ainda aqui, é muitas vezes a sua interpretação dos factos que irá ditar a sua reacção emocional, seja ela positiva, negativa ou neutra.

E isso é muito fácil de compreender. Por exemplo, perante a mesma catástrofe natural ou doença, há pessoas que “vão-se abaixo” enquanto outras permanecem “impávidas e serenas”. Pois isso é válido para todas as informações e provações da Vida menos favoráveis.

 

Para terminar este ponto, importa referir que se o caminho espiritual seguido for positivo, e é ao mesmo tempo acompanhado de boas práticas morais e atitudes mentais diárias convenientes, o que é suposto e esperado é que vida do espiritualista seja cada vez mais feliz. Felicidade essa que não é a felicidade material, passageira, apesar da sua importância relativa. Não. Fala-se aqui da tal felicidade interior que todo o Ser Humano aspira, a felicidade e paz que transborda das almas verdadeiramente iluminadas e que são retratadas em muitas imagens de Santos, místicos, imagens como de Jesus Cristo, Buda, etc.

Pegue numa imagem de Buda, Jesus Cristo (não as que representam sofrimento ou a crucificação obviamente), Santo hindu ou cristão, ou de um grande yogue. Concentre-se nela e “sinta” o que essa imagem traduz. Sofrimento? Debilidade mental? Ou Paz… Harmonia… Elevação?

 

É claro que quanto mais o aluno se adianta na Universidade da Vida, mais as provas aumentam de dificuldade. E isso requer o ajuste emocional e mental adequado para suportar as provações do presente. Mas isso faz parte do desenvolvimento espiritual. Por isso é que se diz que é preciso “estudar e trabalhar incessantemente”.

A partir de determinado patamar de desenvolvimento espiritual, o espiritualista permanece impávido e sereno mesmo perante as maiores catástrofes. A sua compreensão da Verdade faz com que dificilmente se deixe levar por descontrolos emocionais. Não faltam exemplos disso na História. Sócrates, que foi condenado à morte, apesar de ter tido a oportunidade de ser libertado pelos seus discípulos, proibiu-os de o tentarem e preferiu a morte honrada. Muitos dos primeiros cristãos, em Roma, caminhavam para a morte através da fogueira ou para serem estraçalhados pelas feras, a cantar hinos de glória a Deus e a Jesus Cristo. Alguns entravam em êxtase espiritual e desencarnavam sem dor no exacto momento em que o seu corpo começava a ser devorado pelas feras.

Jesus Cristo, por entre dores agonizantes, ainda teve forças e amor para pedir perdão a Deus pelos “tolos” que de facto “não sabiam o que faziam”, como muitos ainda hoje, que “crucificam” os que se esforçam pelo Bem, pela Verdade e pelo progresso da Humanidade, apesar do medo e apego em que vivem, que conscientemente sabem que têm em relação a certos interesses pessoais e de grupos de indivíduos, não sabem verdadeiramente “o que fazem” (todas as reais e efectivas consequências para o presente e futuro da Humanidade, quer neste mundo quer no mundo espiritual).

 

Se existe sofrimento “ a mais”, decepções “a mais”, ou ainda, a pessoa sente que não está a avançar espiritualmente, pode acontecer que esteja a haver alguma falha: em si, na sua prática e/ou no método que esteja a ser seguido.

 

Depois da morte de um irmão num acidente de viação a minha vida nunca mais foi a mesma. Tudo começou a correr mal, no emprego, na minha vida sentimental, e agora, começaram a aparecer problemas de saúde apesar de ter 32 anos.

Li algumas coisas na Internet sobre Mediunidade e tenho alguns dos sintomas. Fui entretanto a uma vidente que me disse que o meu problema tinha origem numa magia que uma pessoa conhecida me tinha feito. Não falou em Mediunidade apesar de eu lhe ter falado dos meus sintomas. O que hei-de pensar: é magia ou despertar da Mediunidade o meu caso?

Pode ser Mediunidade, magia ou as duas: ao mesmo tempo que está a despertar a sua Mediunidade também está a ser vítima de magia.

 

O seu caso é muito comum. Importa no entanto realçar o seguinte: o facto de estar a passar por determinados sintomas é só por si sinónimo de sensibilidade mediúnica. A questão agora é saber qual a sua situação: se a sensibilidade mediúnica precisa de ser desenvolvida independentemente de lhe terem feito ou não magia, ou se é exclusivamente causada pela magia que lhe fizeram o que é mais raro. Neste último caso, os sintomas desaparecerão por si com o problema da magia resolvido.

 

Se conseguir encontrar um médium que tenha capacidade de lhe dizer tudo o que precisa, é uma questão de seguir as indicações que ele lhe der. Isto equivale a dizer, saber se é ou não médium desperto, se precisa de desenvolver a sua espiritualidade pois isso faz parte do seu contrato com o Alto, e se além disso, está a ser vítima de magia e o que fazer para resolver esse facto.

Se não conseguir encontrar alguém que lhe dê respostas satisfatórias, precisa de reflectir sobre o assunto e escutar o que o seu coração (intuição) lhe diz. Num local tranquilo, procure relaxar e acalmar a mente. Peça a Deus que a ilumine e ajude a encontrar respostas para a sua vida. Se preferir, realize uma pequena oração.

Agora faça a si mesmo as perguntas que entenda. Por exemplo “Serei médium?”, “O meu caminho é desenvolver a minha espiritualidade?”, etc.

Procure abrir a mente à verdade e deixe fluir a informação. Procure pesquisar o que sente quando fala em “Mediunidade”, “espiritualidade”. Conforto? Uma espécie de paz e alegria interior?

Evite as expectativas e procure “sentir” ou “ouvir o que há para ouvir” e não “o que gostava de ouvir”.

 

Para terminar, saiba que alguns “profissionais” da espiritualidade menos escrupulosos ou mais ignorantes, colocam no grande saco da “magia” e do “alguém lhe tem muita inveja” a explicação para todos os males da vida das pessoas. Isto não quer dizer que por vezes não seja isso mesmo que esteja a acontecer. Mas é muito menos frequente do por vezes se quer fazer acreditar.

Em caso de dúvida, muitas pessoas preferem ouvir várias opiniões antes de tomar uma decisão.

 

Saiba ainda que numa boa parte dos casos semelhantes ao seu, a “inveja” ou “magia” são absolutamente irrelevantes. O principal é a pessoa concentrar-se na procura de um caminho espiritual para seguir.

Frequento um centro espírita que diz que incensos, defumadores, amuletos e “coisas desse género” nada têm a ver com espiritismo e são tudo superstição. No entanto outras correntes espirituais usam e aconselham o seu uso. Quem terá razão?

O espiritismo, apesar de em termos teóricos constituir um dos maiores repositórios de verdades espirituais a que o comum Homem Ocidental pode ter acesso, não é perfeito. O seu próprio codificador, Allan Kardec, abriu as portas a novos conhecimentos quando deixou escrito que “Sempre que a ciência provar que o espiritismo está errado nalgum dos seus pontos, o espiritismo o abandonará e seguirá a ciência”.

 

Ora o que acontece é que existem espíritas que julgam que Allan Kardec disse tudo o que havia para dizer. E num ou noutro ponto pode não se ter explicado convenientemente, incorreu nalgum tipo de erro ou não explorou de facto alguns temas. Talvez seja importante chamar a atenção a algumas pessoas que Allan Kardec, apesar sua excelente e monumental obra, um verdadeiro marco para a Humanidade, foi um Ser Humano. Não era Deus. Não era perfeito nem tudo sabia.

Além disso, Allan Kardec assumiu publicamente ter recebido uma mensagem espiritual onde era informado que após a sua “morte” e um curto período de tempo nos planos espirituais, reencarnaria de novo para continuar o trabalho iniciado.

Há casas espíritas que rejeitam todas as obras espíritas (algumas delas brilhantes) que não as de Kardec. Isso é um gravíssimo erro pois estão a fechar-se a novos conhecimentos e a estagnar no tempo.

Aliás, não é nada que não aconteça em praticamente todas as religiões, correntes espirituais, filosofias, ideologias… As coisas começam bem mas depois, os seguidores, ou ficam estagnados nos conhecimentos do mestre recusando-se a ir mais além ou cometem desvios à Verdade.

A verdade é que o conhecimento é ilimitado e muito o Homem ainda tem para aprender.

 

O espiritismo, como qualquer corrente humana, não é ainda perfeito.

É muito importante procurar progredir e estar aberto a novos conhecimentos.

Se a queima de um defumadouro, bom incenso ou determinado óleo essencial natural acalma os nervos e tranquiliza a mente de uma pessoa que esteja a seu vítima de obsessão, porque não fazê-lo? O mais importante não é a caridade e o alívio do sofrimento?

Além do mais, a ciência já demonstrou que os aromas agem no sistema nervoso humano e produzem determinados efeitos. Uns aromas são calmantes, outros estimulantes, outros predispõem à meditação e oração, etc.

O que é importante é o estudo sincero e a experimentação para não parar de evoluir em conhecimento e na capacidade de aliviar o sofrimento de quem mais precisa.

O mesmo é válido para as outras áreas do conhecimento como amuletos, pedras e gemas, musicoterapia, etc.

 

Frequento uma Igreja Evangélica que defende que se deve abominar o espiritismo. Dizem que está na Bíblia que Deus proíbe a invocação dos Espíritos.

Está certamente a referir-se à proibição que Moisés fez.

Moisés tomou essa atitude porque era um grande médium e sabia que o povo que ele conduzia se dedicava à prática de rituais que não eram dignificantes, como a prática da magia negra recorrendo a Espíritos das trevas.

É preciso muitas vezes contextualizar no tempo, no espaço e socialmente as informações que vêm na Bíblia. E neste caso, estamos a falar de um povo ainda pouco desenvolvido espiritualmente, rebelde, dado a muitos tipos de perversões. E como tal, Moisés “legislou” que o povo precisava de abandonar certas práticas. Este é na nossa opinião o único contexto possível da proibição mosaica da “invocação dos mortos”.

Como sabe, existem actualmente muitas leis que apesar dos milhares de anos de existência do que hoje chamamos “direito”, estão muitas delas, ainda assim, a ser constantemente modificadas para poderem responder às necessidades que entretanto emergem. Além disso, há leis que variam de país para país.

 

É portanto preciso compreender o contexto histórico, social e temporal de certos relatos da Bíblia. Nem pode ser de outro modo. Muitas das informações que vêm na Bíblia, incluindo certas “ordens de Deus”, são, como se sabe hoje, simplesmente absurdas, e não são de forma alguma reveladoras da Vontade Divina (por exemplo, morte de animais para oferecer a Deus em holocausto, pena de morte por adultério, etc.).

 

Moisés foi um dos médiuns mais poderosos que viveram na Terra. Via e comunicava com Espíritos, fez vários “milagres” como poderá ler na Bíblia, tendo inclusivamente realizado, ao que parece, a maior hipnose colectiva de que há memória, tendo feito o povo egípcio ver o rio Nilo a correr sangue. E como sabe, foi devido à sua Mediunidade que recebeu a “Tábua dos Dez Mandamentos”.

 

É muito lamentável o que fazem certos pseudo-sábios, quando pegam numa frase da Bíblia e dão-lhe o significado que muito bem entendem, procurando salvaguardar os seus interesses e dos seus próximos, em vez de humildemente procurar a Verdade e a Vontade de Deus. Também será verdade que Deus quer o holocausto de animais e que fica agradado com o odor desse holocausto como vem na Bíblia? (Gn 8, 20-21) Será verdade que Deus quer a morte do homem e da mulher adúltera como vem na Bíblia? (Lv 20, 10)

Mas as pessoas que dizem isso não têm desculpa porque o conhecimento está aí, ao alcance de todos os interessados. E quando se trata de Mediunidade e estudar o intercâmbio entre homens e Espíritos, a melhor corrente espiritual para estudar estes e inúmeros outros assuntos é o espiritismo, SEM QUALQUER PREJUÍZO DA SUA RELIGIÃO.

 

Como outrora através de Hermes no Egipto, Confúcio e Lao Tsé na China, Buda, Krishna e Rama na Ásia, Pitágoras, Sócrates e Platão na Grécia e Jesus Cristo na Hebreia, Deus fez chegar à Humanidade a Verdade através de Allan Kardec e do espiritismo. Cabe a cada um decidir se quer ou não estudar e aceitar certas verdades como elas são, e não como julgam que deveriam ser.

 

Se a invocação espiritual fosse contrária às leis de Deus, não se poderia ligar nenhuma a todos os Mestres Espirituais, que como já sabe, comunicavam através da sua Mediunidade com entidades espirituais. Restaria então saber como Deus faria chegar ao Homem a Verdade e a Sua Vontade, sem a Mediunidade desses Seus enviados. Por correio?!

A Mediunidade é, como já vimos, o que está na origem de todas as grandes religiões. E para o Ser Humano chegar longe na sua evolução espiritual, mais tarde ou mais cedo terá de a desenvolver. Pegue na Bíblia por exemplo em Levítico 20 e leia (O Senhor falou a Moisés…). Isso é MEDIUNIDADE.

 

Por fim, orar e pedir algum tipo de ajuda a Deus ou a Jesus Cristo como certamente faz na sua Igreja, não será uma invocação espiritual?

 

Tenho amigos no yoga e no budismo que falam mal do espiritismo. Dão a entender que o espiritismo é para ignorantes. Que não é a verdadeira espiritualidade.

Só alguém ignorante pode dizer um absurdo desses. Mas isso não acontece só com o yoga ou com o budismo. Acontece com uma grande parte das religiões e seitas.

Mais uma vez chamamos a atenção que existem muitas correntes espirituais, algumas delas só acessíveis a ricos e poderosos, que em alguns casos são constituídas por grupos de pessoas distantes da realidade em que vive a maior parte das pessoas, que compreendem e sabem lidar com a Mediunidade.

 

Muitas pessoas por ignorância pensam que o espiritismo é o “Irmão menor da Espiritualidade”. Mas não, o espiritismo pode ajudar o Ser Humano a chegar ao TOPO DA ESPIRITUALIDADE.

 

É claro que não nos estamos apenas a referir ao espiritismo codificado por Allan Kardec. Kardec não inventou a Mediunidade, nem a espiritualidade superior nem os Espíritos. Estamo-nos a referir a toda a espiritualidade verdadeira, a todo o fenómeno mediúnico e a toda o conhecimento da interacção com o mundo espiritual, que sempre estiveram na base de todas as religiões e grandes movimentos filosóficos humanos. Todos os grandes mestres espirituais ensinaram a desenvolver a Mediunidade pelo menos a alguns dos seus discípulos mais próximos. Veja os exemplos dados em capítulo próprio.

O espiritismo kardecista reuniu e organizou esses conhecimentos, que foram e ainda são complementados com outras obras espíritas que foram escritas posteriormente.

 

Não pretendemos afirmar que o espiritismo seja “melhor” que o budismo, hinduísmo, gnosticismo, teosofia ou qualquer outra corrente espiritual. Defendemos sim, que explica em linguagem simples e acessível a essência de todo o fenómeno religioso.

 

Muitos textos budistas e hinduístas chegaram até aos nossos dias com uma linguagem pouco acessível e por vezes até mesmo incompreensível para a maioria das pessoas. Alguns desses textos não levam a lado nenhum quem a eles devota muito do seu tempo (outros são de facto maravilhosos e só de os ler a pessoa sente a suas vibrações a elevarem-se).

O resultado é a decepção após anos de trabalho, da convicção de pouco desenvolvimento espiritual alcançado.

 

Se é verdade que o budismo e principalmente o hinduísmo com o seu yoga que chegam a Portugal, ensinam conhecimentos anteriormente secretos para o desenvolvimento da Mediunidade, também é verdade que muitos desses ensinamentos de pouco servem e até podem ser mesmo perigosos se a pessoa não estiver a ser orientada por alguém competente.

 

De facto, não somos contra essas práticas. Pelo contrário. Acreditamos por exemplo, que a lacuna mais importante do espiritismo consiste na ausência de progresso na formação de médiuns. Poderia beneficiar-se muito dos conhecimentos que os irmãos orientais fizeram chegar ao Ocidente, recorrendo à Mediunidade de certos médiuns para serem bem orientados por Espíritos de Luz com conhecimentos de yoga. Mas é preciso saber o que se está a fazer.

Além disso, saiba que é muitas vezes mais importante para Deus as boas acções e o desejo de Bem no dia-a-dia do propriamente ter muitos conhecimentos espirituais lidos em livros ou a prática de exercícios espirituais durante horas a fio.

Apesar de muito importantes, sem dúvida, não são no entanto a prática de exercícios espirituais nem a leitura de livros de espiritualidade que irão resolver o problema da fome, da pobreza e das injustiças sociais, incluindo os problemas do amigo ou da sua amiga (quando se diz “ajudar o próximo”, é importante perceber que “próximo” quer dizer “aquele que está perto”) ou daquela pessoa ou família que sabe que passa mal. São as ACÇÕES.

O desenvolvimento espiritual superior, exemplificado pelos grandes mestres, alcança-se através do desenvolvimento interior através do estudo e das práticas espirituais, AO MESMO TEMPO QUE SE AGE NO MUNDO, SENDO ÚTIL EM ALGO E/OU A ALGUÉM, À SOCIEDADE, E EM SINTONIA COM OS MAIS ELEVADOS IDEAIS MORAIS (caridade, prática do Bem, respeito, diligência, humildade, cooperação, fraternidade, justiça, desejar o melhor para todos…)

 

E já agora, deixe que lhe faça algumas perguntas: Que ajuda é que recebe nessas escolas ou aulas, uma pessoa que esteja a sofrer com sintomas de Mediunidade desperta ou obsessão grave? E imagine que é você ou uma pessoa muito querida sua que está a passar por isso.

Que Bem é que fazem esses “sábios” em favor do próximo, quando alguém lhes bate à porta com sintomas de magia ou ataques espirituais? E imagine que é você ou uma pessoa muito querida sua que está a passar por isso.

Que sofrimento esses “mestres” conseguem aliviar numa pessoa que ouve vozes que lhe aconselham o suicídio, e a pessoa, por falta de ajuda e orientação, pelo andar da carruagem, um dia destes passa ao acto? E imagine que é você ou uma pessoa muito querida sua que está a passar por isso.

 

Pois são estas e outras perguntas que por vezes é preciso fazer quando se ataca o espiritismo. E já agora, para não parecer que esses conhecimentos foram inventados no século XIX por Allan Kardec, leia os quatro evangelhos da Bíblia e repare no que fazia Jesus Cristo e os seus Apóstolos!

Estude alguns mandalas de Buda por exemplo, e verá que certas figuras de seres escuros, com ar demoníaco, são ESPÍRITOS OBSESSORES que procuravam influenciar Buda a desviar-se do Bom Caminho.

Cabe sem dúvida a cada um escolher a corrente espiritual com que se sinta mais identificado. Todas têm geralmente muito para oferecer. Que não se esqueça é de fazer de vez em quando um balanço dos seus progressos.

 

Pratico yoga numa escola onde falam claramente mal do espiritismo e do exercício das faculdades mediúnicas. Dizem para fugir das obras espíritas assim como dos espíritas. Mas a verdade é que há anos que pratico yoga e acho que nem um passo ainda dei no caminho do desenvolvimento espiritual como é meu objectivo. Que hei-de pensar?

Desculpe a frontalidade mas se calhar é você que deve fugir de quem assim fala. Uma coisa lhe pode ser garantida: não é yoga o que essas pessoas ensinam, pois elas não percebem nada ou quase nada de yoga!

 

O verdadeiro yoga é algo muito sério, muito sagrado e jamais pode ser comercializado de forma leviana. É provavelmente o sistema de desenvolvimento espiritual mais avançado que a humanidade actualmente tem acesso. No entanto, estamo-nos a referir ao verdadeiro yoga.

 

Podemos encontrar milhares de professores de yoga, mas mestres verdadeiros, que têm o desenvolvimento necessário e a bênção Divina para desenvolver a verdadeira e efectiva espiritualidade em outras pessoas, isso é relativamente raro. São como pedras preciosas que quando aparecem no mundo raramente são reconhecidos, respeitados e reverenciados justamente.

 

O verdadeiro yoga exige dedicação, moralidade irrepreensível e vontade de servir a Deus e ao próximo. Os verdadeiros avanços são conseguidos geralmente através de iniciações espirituais com recurso a Guias Espirituais de Luz desencarnados, que obrigatoriamente têm de ter o aval de Deus para levar determinado praticante a avançar mais um passo em direcção ao Criador, para que este fique na “posse” de mais um dom ou energia espiritual. E como facilmente compreende, isso só é possível se a pessoa MERECER, se levar uma vida equilibrada, praticar o Bem e coisas do género. A DEUS NINGUÉM ENGANA.

 

Quanto aos dons mediúnicos, se ler os bons tratados de yoga, muitos deles explicam justamente como desenvolver os dons mediúnicos. E uma coisa pode ficar a saber: sem desenvolver alguns dons mediúnicos, será certamente muito difícil atingir a meta do yoga, ou seja, a União com o Divino.

 

Por exemplo o “Yoga Sutra”, uma das obras de yoga mais estudadas em todo o mundo, explica ainda que veladamente, como desenvolver a vidência, a clarividência, o conhecimento de vidas anteriores, etc. O tão apregoado samadhi, “nada” mais é do que a habilidade do praticante sair conscientemente do seu corpo e experimentar antecipadamente (antes da morte do corpo), o estado de liberdade espiritual. Sentirá de facto muita felicidade se tiver merecimento suficiente perante Deus para visitar planos elevados, mais próximos de Si.

Os que de facto atingem o samadhi, um dos grandes objectivos do yoga, experimentarão por si mesmo todas as verdades abordadas neste trabalho. Não precisarão de discussões de opiniões que muitas vezes não levam a lado nenhum.

 

Ainda uma nota importante, para ter mais uma ideia da gravidade da situação que se calhar é parecida com a sua. Determinado autor aconselha em livros e nos seus cursos, aos professores que forma, a não aceitar pessoas com para-normalidades nas suas aulas, ou seja, com dons mediúnicos desenvolvidos. No entanto, um pouco mais à frente ou em algumas das suas obras, diz que o “seu yoga” desenvolve as para-normalidades e os estados de consciência elevados!!! Só pode estar a brincar com quem lhe presta atenção não acha?

 

A verdade é que esta e outras pessoas ensinam assim os seus alunos para que no caso deles terem nas suas aulas uma pessoa com a Mediunidade desenvolvida, em sofrimento ou simplesmente a fazer algumas perguntas que possam ser embaraçosas, eles simplesmente não sabem como lidar com os seus sintomas nem responder a certas perguntas pois eles próprios, na sua maioria, não têm as faculdades mediúnicas desenvolvidas. E muitos nunca as terão apesar de estarem a “lutar” para as ter!

Seriam como cegos a tentar orientar outros cegos. E isso seria mau para a “imagem”, para a “publicidade” e comercialização por vezes ridícula e abusiva da “Alta Espiritualidade” que essas pessoas ensinam, que em verdade, muitas dessas pessoas não têm capacidade para ensinar.

 

Aproveitamos este momento para informar algo muitíssimo importante a si e a potenciais interessados. Muitos praticantes de yoga, mais mal informados sobre o que andam a praticar por culpa desses instrutores ou “mestres”, sem o saberem, estão muitas vezes a praticar exercícios que poderão resultar no despertar de dons mediúnicos! Não são inéditos casos em que a pessoa por praticar yoga desenvolveu a Mediunidade, nomeadamente, aumentou a sensibilidade a energias e a presenças espirituais, começou a ver auras e Espíritos, ou ainda, a ouvir vozes. Sabe o que aconteceu em alguns desses casos? Os instrutores aconselharam-nos a abandonar as suas práticas e aulas, e em alguns casos, a consultar um psiquiatra!!!???

 

Está a ver as consequências da falta de estudo das potencialidades humanas e do trabalho nefasto, apesar de alguns serem bem-intencionados, “falsos profetas”? Está finalmente a perspectivar, apesar do poder em potencial do yoga, o alcance dos conhecimentos e bases sólidas fundamentais proporcionados pelo Espiritismo a quem quer desenvolver a espiritualidade superior?

 

De facto, muitas dessas pessoas desenvolveram aquilo que milhões procuram conscientemente desenvolver em todo o mundo. E na prática, os “presentes de mérito” pelo seu esforço e dedicação, tornaram-se nalguns casos numa “maldição” que resultaram em desequilíbrios graves por falta de acompanhamento e orientação adequada. As pessoas não sabiam suficientemente bem o que estavam a fazer nem a ser devidamente orientadas.

Em abono da verdade, a Vida, infinitamente mais sábia do que o Homem, faz com que “nada aconteça” na maior parte dos casos, mesmo depois de anos e anos de prática de yoga pois essa é a maior bênção para muitas pessoas!

 

Infelizmente, quem assim ensina leva muitos jovens e adultos bem intencionados a desviarem-se da verdadeira rota da Verdade. Muitos jovens, tola e ignorantemente, julgam “marchar” na “Grande Escola do Conhecimento” devido a esses “falsos profetas”, cujo karma negativo futuro é inimaginável, devido ao facto de levarem tantos filhos de Deus ao desvio da Verdade…

Há pessoas que praticam yoga durante dez a vinte anos e nunca sentiram um chakra a funcionar na sua vida, apesar de praticarem inúmeros tipos de exercícios para os activar. Um bom pranaterapeuta por exemplo, caso a pessoa tenha o mínimo de sensibilidade, faz a pessoa sentir alguns chakras em alguns segundos!

 

Engana-se quem pensa que a sua religião ou linha espiritual está mais certa do que as outras. Seria um absurdo inqualificável supor que Deus dá a verdade a uns e não a outros.

Como diz o adágio espiritual, existem muitos rios (religiões, correntes espirituais) mas todos correm para o mesmo Oceano (Deus).

Agora como em tudo na vida, é preciso aprender a distinguir o trigo do joio.

 

Então estou a ser enganada. Deverei abandonar prática do yoga?

Também não precisa de ser tão radical. Se se sente bem, se gosta das práticas, se se sente identificada com esse método de desenvolvimento espiritual, pode continuar. O yoga, ainda que muito ensinado como uma espécie de ginástica em muitas linhagens (certas posturas ou ásanas podem ser perigosas para a coluna se mal executadas), tem muito para oferecer. Pode praticar yoga tendo em mente extrair o que de bom pode aprender com essas pessoas, procurando adquirir mais conhecimento lendo boas obras de yoga.

 

Como já dissemos, vêm-se infelizmente muitos jovens que vaidosa e orgulhosamente afirmam serem praticantes de yoga, fazendo parecer que praticam a mais elevada espiritualidade.

Mas isto não se passa só com o yoga. Passa-se o mesmo com outras correntes espirituais. É a constante repetição do mesmo erro e presunção infantil: “A nossa (religião ou corrente espiritual) é melhor do que a vossa, nhé, nhé, nhé.”

No entanto, em muitos casos, bem podem praticar durante anos que dificilmente darão algum passo em direcção a Deus se não estudarem as leis da Vida e viverem de acordo com elas.

Os exercícios de respiração, as posturas, o desenvolvimento da consciência corporal, etc., podem levar a pessoa a uma super-saúde se tudo o resto estiver de acordo com essa meta (alimentação, atitude mental, etc.). No entanto, isso é um meio e jamais um fim para desenvolver a verdadeira espiritualidade. O principal para alguém se aproximar de Deus é a caridade, a purificação da mente e coração, o estudo contínuo e a prática do BEM.

 

Aí sim, à medida que a pessoa cresce em sabedoria, desenvolve o “Pensar, Desejar e Praticar o Bem”, se vai purificando eliminando o negativo ao mesmo tempo que estimula e desenvolve em si o positivo, é que vai aumentando a suas vibrações pessoais e aproxima-se, passo a passo, da verdadeira paz e auto-realização interior.

Depois disso, consoante o esforço e merecimento, o praticante pode de facto, em alguns casos, ser abençoado com o tão desejado samadhi.

 

Não deixa de ser curioso que com tanta informação disponível sobre desenvolvimento espiritual, cada vez menos se fale da boa moral e da prática do Bem, REQUISITOS INDISPENSÁVEIS PARA A ELEVAÇÃO ESPIRITUAL! Fala-se muitas vezes de “coisas muito avançadas” mas descurando o “bê-á-bá”.

 

Não consta que Jesus Cristo, São Francisco de Assis entre outros grandes Santos e místicos fossem praticantes de yoga. E no entanto eles viviam em quase constante Yoga/União com Deus!

O próprio Buda, ao que parece, o Ser Humano que mais perto esteve de Deus enquanto vivo (a maior ou menor proximidade de um Ser Humano em relação a Deus pode ser medida e quantificada através de determinada técnica com um pêndulo), foi um especialista em yoga antes de abandonar a sua prática exclusiva pois chegou à conclusão que só a prática do yoga não chegava para atingir a auto-realização espiritual. É fundamental praticar boas acções e evitar as más por exemplo, entre outros conhecimentos e pistas que ele transmitiu do Alto para benefício da Humanidade.

Quanto ao resto e para terminar, muito teria o espiritismo a ganhar com o estudo do yoga. A teoria fundamental se encontra no espiritismo. Mas falta-lhe desenvolver muito a escola de médiuns, ou seja, de como melhor educar e desenvolver os dons mediúnicos.

O yoga parece ser a corrente espiritual que mais desenvolveu o conhecimento de como desenvolver os dons mediúnicos e as faculdades mentais no Ser Humano. Muitas pessoas, com alguns dons mediúnicos semi-despertos, não os conseguem desenvolver de forma frutuosa mesmo depois de anos de reuniões espíritas para desenvolvimento mediúnico.

Em muitos casos, a solução estaria no yoga.

 

Está-se a desperdiçar de forma muito triste uma grande oportunidade pois o conhecimento que durante milénios esteve mantido em segredo, está agora ao alcance do grande público e não é aproveitado.

 

Só para dar um exemplo extremo, sabe-se de escolas iniciáticas orientais do passado que exigiam a uns poucos que a elas poderiam aderir, 40 anos de entrega e serviço total, incluindo quebrar com todos os laços familiares, voto de castidade, pobreza e obediência, antes de lhes ser facultado os principais exercícios que os levariam a verdadeiramente desenvolver os dons espirituais!

 

Hoje, em alguns casos, e sem nenhum esforço, vêm-se jovens de 18 anos a curar dores de cabeça com a “simples” imposição de mãos, depois de devidamente iniciados em reiki, cura prânica, passe espírita ou outra forma de Mediunidade de Cura!…

 

Muitos grupos espíritas poderiam aproveitar os excelentes dons mediúnicos de certos médiuns de confiança para aceder a certos Mestres Espirituais e beneficiarem-se da sua ajuda e experiência. Qualquer espírita mais avisado sabe que no mundo espiritual não faltam irmãos espirituais com grande sabedoria e vontade de ajudar, pois isso também os fará continuar a evoluir e a aproximarem-se do Divino Senhor. Muitos sentem-se decepcionados e entristecidos por não serem (mais) solicitados a ajudar. Um desperdício de recursos e faculdades que poderiam ser muito mais bem aproveitadas.

 

Alguns poucos anos de boa pratica de yoga, que é essencialmente prático (é muito importante realçar que para praticar o yoga verdadeiro não é necessário conseguir fazer aquelas posturas difíceis para a maioria das pessoas), poderá levar uma pessoa a evoluir espiritualmente mais do que uma vida inteira dedicada ao mero estudo de obras espirituais…

Esta frase talvez diga tudo quanto há a dizer sobre as potencialidades do yoga.

 

Agora fiquei ainda mais curiosa, mas a final o que é o yoga?

O yoga consiste num conjunto de conhecimentos práticos que visam ajudar o Ser Humano a atingir a sua realização espiritual e cumprir a razão para o qual foi criado.

 

Vamos por partes. Iniciemos um pequeno raciocínio.

Observe o local onde vive. Tem a sua cama, as paredes da sua casa. Quem é que as fez? Quem fez a peça de decoração que tem no seu quarto ou na sua sala? Alguém as fez não é?

E a roupa que trás consigo? Provavelmente, a roupa que trás consigo é o fruto do trabalho de dezenas ou até mesmo de centenas de pessoas, que directa ou indirectamente estão envolvidas no resultado final que é a roupa que veste. Consegue imaginar alguma coisa que não tenha sido feita por alguém, seja esse alguém conhecido ou não? Certamente que não pois isso é IMPOSSÍVEL.

 

Pois é assim que as coisas funcionam na Vida em geral.

Não existe efeito sem causa. Não existe qualquer efeito que não tenha a sua causa ou conjunto de causas, tenha o Ser Humano conhecimento ou não da causa ou causas.

 

Agora observe os meios naturais. Olhe à sua volta. Observe um campo. Veja as flores, as árvores, as nuvens. Contemple as montanhas. Repare no Sol sem o qual não haveria vida, sem a qual o Ser Humano não poderia existir.

Pois bem, se as coisas aparecem criadas é porque alguém as fez. Certo?

Pois Deus é o Criador de tudo o que existe. Tudo é resultado de uma causa ou sequência de causas-e-efeitos até Deus, que é A Causa Primeira ou Primordial, a Causa Sem Causa.

Então, acontece que das inúmeras milhões e milhões de espécies que existem ao cimo da Terra, Deus, ou seja, o Responsável por TUDO O QUE EXISTE, decidiu que a espécie humana seria aquela que se adiantaria em inteligência e dons de forma a poder servir/”ajudar” Deus através de determinadas tarefas.

Vai daí, que DEUS, a CAUSA SEM CAUSA, a CAUSA DE TUDO O QUE EXISTE, decidiu estabelecer um plano de Evolução a que sujeitaria de forma especial uma das suas criações – O Espírito do Ser Humano – elegendo-o como o ser mais inteligente da Criação e capaz do maior desenvolvimento, para “ajudar” Deus nos diversos aspectos da SUA CRIAÇÃO através de determinadas tarefas (ajudar entre aspas pois segundo os grandes mestres, Deus não precisa de nada nem de ninguém pois ELE É O TUDO: TODO O PODER, TODO O CONHECIMENTO, TODA A SABEDORIA, TODA A CONSCIÊNCIA, TODA A GLÓRIA… É A FONTE, O INÍCIO E O FIM DE TUDO QUANTO EXISTE…).

 

Portanto, existe um plano preestabelecido pelo Criador que está de alguma forma inscrito no interior do Homem, e que este precisa de cumprir para abandonar todo o tipo de sofrimento e alcançar a “Grande e Infinita Paz”.

 

Em face dessa realidade incontornável, faz parte desse dito “Plano Divino” o Ser Humano adquirir conhecimento, experiência, sabedoria, eliminar o negativo e estimular e desenvolver as virtudes que o levarão a merecer chegar perto do DIVINO PAI (a “entrar no Reino dos Céus”).

Esse estado elevado de consciência é de grande felicidade. Muitos Santos, yogues e místicos falam de “grande felicidade”, “paz sem nome”, “êxtase”, “alegria sem mácula”, “felicidade sem fim”, entre outros nomes…

Jesus Cristo falava em estado de “Bem-Aventurança”, Buda em “Nirvana”…

Se leu algum tipo de apontamentos de alguns bons mestres de yoga como Paramahansa Yogananda, Aurobindo, Ramakrisna entre outros, verdadeiros mestres e experimentadores do verdadeiro yoga, todos são unânimes em dizer que a felicidade real a que o yoga pode levar o Ser Humano, “está para além das palavras”, “é indescritível”…

No entanto, é esse o caminho e a meta de todo o Ser Humano, dependendo da sua boa vontade e esforço, chegar lá, mais ou menos demoradamente.

 

Ora para atingir o propósito da sua existência, o Homem precisa de evoluir ao longo de sucessivas reencarnações. Deus é justo e cria a todos iguais. Não duvide que os Santos e Iluminados de hoje, foram os “pecadores” ou “imperfeitos” de ontem. Quem hoje é muito sábio, ainda que novo, já trabalhou muito certamente noutras reencarnações.

No entanto, existem práticas que podem acelerar esse progresso e levar o Homem a chegar mais rapidamente a essa meta. E é aqui que entra o yoga. O yoga é uma dessas práticas que pode acelerar e muito o desenvolvimento espiritual e ajudar o Ser Humano a abandonar mais rapidamente o ciclo das reencarnações, neste mundo de dor e provações (mas também de alegrias…)

 

Em todas as áreas humanas existe a teoria e a prática. E o mesmo se passa relativamente à espiritualidade.

De um ponto de vista teórico, o hinduísmo (de onde vem o yoga) ensina a verdade da existência de Deus, da reencarnação, da existência de planos e seres espirituais.

Qualquer céptico ou pessoa com mais dificuldade (ou má vontade), pode argumentar: “ O.K.: isso é a teoria, o “blá, blá, blá”. Mas será que é mesmo assim? Como posso ter a certeza dessas teorias?”.

 

Então aqui entra o yoga. O yoga é a vertente prática que ensina, quando bem orientado, a que cada pessoa, de acordo com o seu empenho e merecimento, experimente DIRECTA E PESSOALMENTE todo o tipo de verdades no que concerne à existência humana e Criação Divinas: a dimensão espiritual do Ser Humano, a existência de Deus, os planos mais ou menos elevados, as vidas anteriores, outros planetas habitados, a Lei do Karma, o domínio sobre algumas leis naturais, etc., etc., etc.

 

Como vê, o yoga é algo muito sério e deveria ser muito estudado por aqueles que querem verdadeiramente desenvolver a sua espiritualidade e acelerar o seu desenvolvimento espiritual. É isto que é o yoga e nada menos do que isto.

Não há qualquer problema no caso de um instrutor ou escola prometer ensinar técnicas de yoga para ensinar as pessoas a relaxar, a desenvolver a consciência corporal, a capacidade de concentração, meditação e contemplação. Isso é relativamente fácil e atingível. Agora não se deve é “vender gato por lebre” como às vezes acontece, e pretender ensinar um caminho que de facto não se percorreu, ou, como vulgarmente mais acontece, não explicar para que serve verdadeiramente o yoga.

 

Seria preferível os instrutores explicarem às pessoas o que podem ensinar e ATÉ ONDE PODEM IR. Depois as pessoas decidirão.

Agora como se vê em muitas aulas, as pessoas andarem iludidas, muitas vezes confusas, a fazerem algumas perguntas aos instrutores e eles a dizerem que “não têm tempo”, que “fica para a próxima”. Noutros casos, organizam as aulas de forma a não darem hipótese às pessoas para fazerem perguntas, ou canalizam as dúvidas e o facto das pessoas se queixarem que não estão a evoluir para o grande saco do “é preciso muitas reencarnações para começar a aparecer os resultados”. Isso é que não pois isso é mentira! É sim falta de capacidade para desenvolver nos outros a sua espiritualidade.

Uma grande parte das pessoas que pratica yoga de uma linha em que a maior parte da aula consiste em praticar ásanas ou posturas, os únicos “resultados” que conseguem muitas vezes é uma consulta num ortopedista por terem prejudicado a coluna!

 

Esses instrutores precisam de ser humildes e sinceros, porque por vezes, estão a prejudicar pessoas bem intencionadas e que verdadeiramente querem evoluir espiritualmente, e que andam a perder tempo, a “marcar passo”, até porque muitas pessoas lêem livros de determinados autores de yoga que falam de experiências maravilhosas e criam certas expectativas, e obviamente, também estão a prejudicar-se a si próprios pois poderão estar a contrair karma negativo.

 

É inconcebível alguém estar à espera de “ser perfeito” para poder “aparecer ao mundo” e dizer que é mestre de yoga ou de qualquer outra corrente espiritual. Se assim fosse não se fazia nada. Mas é da mais elementar justiça e integridade moral, saber até onde se pode ir e não criar ilusões nas pessoas.

 

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