Capítulo XI

O Que Se Pode Esperar De Um Centro Espiritual

 

Exceptuando as excepções, desenvolver a Mediunidade exige paciência, perseverança e assiduidade no seu exercício.

A pouco e pouco, as pessoas que estão com algum tipo de desorganização mental readquirirão o controlo da sua mente.

Há pessoas que precisam de vários anos para reassumirem o seu equilíbrio psíquico. Outras conseguem-no mais fácil e rapidamente, em apenas alguns meses.

 

Nunca é demais relembrar que o caminho espiritual é bem mais entusiasmante do que a loucura ou uma vida preenchida pela amargura e pelo desânimo, como acontece com milhares de pessoas em todo o mundo, vítimas de “Esquizofrenia”!

 

Apesar dos altos e baixos, uma vida espiritualizada é bem mais gratificante do que uma vida passada a tomar medicamentos receitados por um psiquiatra, a saltar de médico em médico, de psicólogo em psicólogo, buscando “a solução miraculosa” para o seu “estranho caso”, queixando-se que nenhum profissional “acerta com o seu problema”.

 

Muitas pessoas criam as suas próprias barreiras, que as impedem de ser um pouco mais felizes, questionando-se a si mesmo “Porquê eu?”, “Eu, um bruxo? Ou melhor, peço desculpa a Deus, um médium?”

Quem assim fala consigo próprio, ainda está muito longe de compreender a Beleza e Criação Divinas.

É mais uma vítima de má ou deficiente educação espiritual (quando existente). Ou então, está a ser vítima de obsessores, Espíritos perversos, brincalhões, que sua sensibilidade desperta a torna num alvo mais fácil de ser influenciada. E isso pode exigir uma urgente reforma moral e estudo “apressado”, se quiser manter as suas faculdades mentais intactas e experimentar um pouco da alegria de viver que certamente a Vida lhe tem destinado!

 

Fique no entanto a saber que o grande responsável por muito do que está a passar é você próprio. Por muito dura que seja a sua vida, saiba que foi você que escolheu entes de reencarnar passar por muitas dessas provações e experiências. Relaxe, ore e escute o seu “coração” (Eu interior). Verá que trás consigo essa convicção!

 

Mas saiba também, que apesar das excepções dos que têm uma vida “mais tranquila” (a maioria dos que têm uma “vida tranquila”, diz a experiência, não costumam avançar muito espiritualmente), e do perigo de possíveis desvios (revolta, desânimo, dúvida…), são as vidas de provações, de luta, que verdadeiramente podem elevar o Ser Humano e o fazer aproximar da Beatitude e Felicidade guardada para os que finalmente atingem o merecimento exigido…

Diz quem sabe, que quando lá se chegar, todos são unânimes em reconhecer que “Tudo valeu a pena”. São esquecidas todas as revoltas, reclamações, traições, pois as experiências dolorosas não mais foram do que provações, algumas das quais, infantil e inutilmente sofridas…

 

No entanto, é importante sublinhar também, que muito do sofrimento por que passam muitas pessoas é perfeitamente desnecessário. De facto, elas não estão a perceber os sinais da Vida. E por vezes, não querem perceber. E por isso sofrem e muitas continuarão a sofrer. A Vida tem a sua linguagem própria e cabe a cada um aprender a “escutá-la”. E o que não vem pelo amor vem pela dor.

 

Acontece muito que no mundo espiritual existe muita coragem para passar por determinadas provas. Estamos bem, em paz e harmonia. Pensamos por vezes que aqui na Terra é tudo fácil. “Quê? Nascer pobre e viver uma vida na Terra sem uma perna? Isso não custa nada” dizemos por vezes “lá em cima”. Mas quando aqui chegamos, a este mundo, e reparamos na discriminação anti-fraternal, ignorante ou mesmo malévola dos companheiros de estadia que têm “duas pernas”, é muitas vezes um problema que não se consegue ultrapassar e sofre-se com isso.

 

No outro extremo da escala, as dificuldades também não são menores. Muitos vivem uma vida de pobreza, com dificuldades, invejando os ricos ou sonhando como uma vida materialmente confortável.

 

Na reencarnação seguinte vêm como ricos. Prometem algo do género: “O.K. terei muita sorte nos negócios, e com isso ajudarei muitos pobres, construirei uma escola e um hospital” por exemplo. Como poucos cumprem…

Em inúmeros casos, diz a experiência, viver como rico, famoso ou como uma pessoa muito bonita, ao contrário do que muitos pensam, é uma provação muito mais difícil do que viver anónimo, “passar despercebido”, pobre, sem grande beleza corporal. Quanto maior o voo, maior a possibilidade da queda ser maior. E uma das leis da Vida é que a quem muito é dado muito será pedido.

 

O mesmo se passa com a Mediunidade. Reencarnam actualmente todos os dias Espíritos com as mais elevadas e ambiciosas promessas aos seus superiores espirituais: prática do Bem, aliviar o máximo de sofrimento que forem capazes, e/ou de dar o seu contributo para o progresso da Humanidade em alguma área específica: criação de emprego, gestão política justa, fazer avançar a ciência, a arte ou a espiritualidade. Mas quando se deparam com o “mundo das tentações”, os convites ao desvio, as “distracções” do mundo ou perante certas provações, muitos “espalham-se ao comprido”. Ou então, fogem das suas responsabilidades assumidas, quando se deparam com a trapalhada que impera no mundo relativamente ao conhecimento espiritual e à Mediunidade. Isto claro, no Ocidente, em que os médiuns são vistos com desconfiança a não ser em certos casos, para pedir favores ou tentar uma “cunha no céu”. Ou então, passam a ser “excelentes pessoas” e em quem se pode confiar depois de mortos, como aconteceu com a maioria dos santos e santas que foram médiuns desenvolvidos, incluindo esse grande médium a quem chamamos hoje Jesus Cristo. No Oriente, em países como a Índia, são pessoas muito respeitadas e amadas, principalmente se mostram resultados.

 

Cada qual faz as escolhas que bem (ou mal) entende. Talvez esteja na altura de muitos colocarem de lado o orgulho e a vaidade nuns casos, noutros a tristeza e o desânimo, noutros a revolta e o “os outros é que têm culpa”, e vestindo a “manta da humildade”, procurarem responder ao chamamento da Vida que reclama pelo cumprimento de obrigações assumidas!

 

Dito isto, o que pode esperar de um centro depende quase exclusivamente das linhas de orientação seguidas pelo centro e que são decididas pelo seu mentor ou mentores. Por exemplo, dentro da linha espírita kardecista que abordamos anteriormente, encontram-se muitos centros que orientam as suas práticas e ensinamentos exclusivamente através das obras de Allan kardec, não permitindo abordagens de outros temas ou obras, enquanto outros centros incentivam o estudo de outros autores espíritas ou ainda de obras espirituais de outras correntes. Há também escolas de orientação espiritual oriental, que dão ênfase a conhecimentos e práticas de origem oriental como meditação, yoga, etc.

Existem algumas escolas que procuram seleccionar o melhor da espiritualidade ocidental e oriental, de forma a ensinarem aos seus alunos o melhor dessas espiritualidades. Acreditamos que pelo menos no futuro, as melhores escolas se encontrarão associadas a esta intenção.

Há centros que apenas se dedicam ao estudo de determinadas obras espirituais e à oração. Muitos centros espíritas, além do estudo de obras consideradas fundamentais, realizam sessões vocacionadas para ajudar Espíritos desencarnados em sofrimento e tratamento de obsessões espirituais (que são a causa de uma boa parte das perturbações espirituais e psiquiátricas).

 

A seguir, exemplificamos algumas das práticas que são realizadas em centros de espiritualidade que lidam de forma mais directa com a Mediunidade. Há escolas que apenas realizam um ou dois dos itens. Há escolas que vão mais longe e praticam a maior parte dos itens. Tudo depende da linha de orientação e das decisões do mentor ou mentores do centro (uns estão mais abertos a novas técnicas e conhecimentos espirituais, enquanto que outros permanecem fechados a novas possibilidades). Há também pessoas espiritualmente desenvolvidas que optaram por trabalhar sozinhas e não pertencem a nenhum centro espírita ou escola de outra linha espiritual.

 

  • Avaliação de cada caso individual e fornecimento das primeiras e mais urgentes orientações.
  • Equilíbrio energético e espiritual (passe espírita, limpeza espiritual, reiki, cura prânica, etc.), feito pelo próprio e/ou pelos Guias Espirituais que assistem essa pessoa ou centro.
  • Sessões de estudo de obras espirituais básicas. Aconselhamento de obras para estudo e/ou fornecimento de folhetos com informações básicas e importantes.
  • Sessões de doutrinação de Espíritos em sofrimento ou ignorantes, que precisam de compreender a sua situação e seguir o seu caminho.
  • Sessões de desobsessão.
  • Sessões de desenvolvimento mediúnico.
  • Acompanhamento psicológico e orientação espiritual ao longo do tempo.
  • Ensino de técnicas de relaxamento, controlo de ansiedade, de defesa e protecção espiritual, etc.
  • Ensino de técnicas de purificação e vitalização energética.
  • Ensino das primeiras técnicas de desenvolvimento espiritual (orações, meditação, etc.)

 

Quando a pessoa demonstrar equilíbrio psíquico e espiritual suficiente (existem centros que têm os seus ensinamentos organizados em cursos, do mais básico até aos mais avançados):

 

  • Ensino de técnicas de desenvolvimento espiritual mais avançadas. Por exemplo, exercícios para desenvolvimento de alguma faculdade mediúnica em particular, recordação de vidas passadas, desenvolver a capacidade de visitar planos espirituais, etc.
  • Desenvolvimento de técnicas de controlo e desenvolvimento mental e espiritual, de protecção e equilíbrio, auto-cura, etc.
  • Iniciações/sintonizações espirituais. Primeiras tentativas de comunicação com entidades espirituais e apresentação de Guias             Espirituais.
  • Ensino de técnicas para visitar planos elevados, contactar com Espíritos Superiores e sintonizar-se com o Divino.

 

Após ter encontrado um centro ou pessoa que seja do seu agrado, que se for possível, tenha provas dadas e boas referências, importa agora seguir as indicações do director ou responsável pelos trabalhos.

 

Quanto ao desenvolvimento da Mediunidade, importa referir que muitas vezes, dificilmente alguém lhe poderá dizer à partida quais as faculdades mediúnicas que possui mais desenvolvidas ou que irá desenvolver no futuro. Em muitos casos, só com a experimentação é que se poderá concluir, juntamente com a pessoa ou pessoas que o orientam, se é médium de cura, de limpeza espiritual, escrevente, falante, de incorporação, etc.

É óbvio que não há dúvidas quanto à faculdade ou faculdades mais desenvolvidas no caso de pessoas que aparecem nos centros com a Mediunidade intuitiva, a visão ou a audição espiritual por exemplo já despertas.

Contudo, muitas vezes, é após muitas sessões que a Mediunidade se revela de forma clara numa grande parte dos casos. Com o decorrer da prática, o dirigente dos trabalhos auxiliará a pessoa e dirigirá o desenrolar das sessões de desenvolvimento mediúnico num sentido ou noutro, consoante as experiências e faculdades apresentadas pelo médium.

 

Importa também referir que algumas pessoas dificilmente desenvolverão algum tipo de Mediunidade de forma frutuosa. Isso pode estar relacionado com vários factores. Em alguns casos, apesar da sua sensibilidade desperta, o que é importante nesta vida não é propriamente desenvolver algum tipo de faculdades mediúnicas, pelo menos nos primeiros anos, mas sim, estudar espiritualidade, crescer em conhecimento e procurar ser útil, como por exemplo, num centro espiritual. O que é importante nestes casos é que a pessoa conheça as questões mais fundamentais da Vida, qual o propósito da existência e questões relacionadas, pratique o Bem, evite todo o Mal e seja útil no seu dia-a-dia.

 

 

Três Chaves e Cinco Metas de Vida

para o Caminho Espiritual

 

Consoante os casos, os sintomas negativos como descontrolo emocional e mental podem ser totalmente ultrapassados com orientação adequada.

 

Três chaves

Para que o processo continue sem retrocessos, deverão ser seguidas três chaves para que tudo corra bem, e que obviamente devem ser seguidas consoante as possibilidades de cada. O médium, pela sua vida fora, deve preocupar-se com:

 

  1. Estudo Contínuo (das verdades da Vida, da espiritualidade, estudar bons livros de espiritualidade, conviver com pessoas com             ideais semelhantes, etc.)
  2. Praticar o Bem, evitar todo o Mal em pensamento e acção, e procurar ser útil no seu dia-a-dia (na família, no trabalho, no convívio social, pertencer a algum grupo espiritual ou grupo social com objectivos construtivos, etc.)
  3. Esforçar-se por Melhorar Continuamente. Nunca se render a vícios, imperfeições morais, ao desânimo, à perda de esperança e de fé, etc. Não duvidar do Poder de Deus, que faz florir as flores e mantém os gigantescos astros em harmonia entre si. Lembrar que Deus é perfeito e não se esquece de ninguém. As quedas são quase sempre devido a ignorância (falta de conhecimento), a algum tipo de virtude ainda não suficientemente desenvolvida e fortalecida. Deve procurar esforçar-se por ultrapassar as dificuldades da Vida encarando-as como provas a ultrapassar.

 

A falha num destes pontos pode levar ao reinício dos sintomas, por vezes com mais intensidade e “azares maiores”. Ao fim ao cabo, é grave deixar um compromisso com a Vida por cumprir…

 

Muitas pessoas frequentam centros espirituais e quando observam melhoras abandonam os estudos espirituais e a frequência desses centros. Muitas têm em mente que “apenas querem levar uma vida normal como todas as outras pessoas”.

Cabe a cada um fazer as suas escolhas. Mas talvez deva colocar a hipótese de, apesar do que julga ou pensa saber, verdadeiramente talvez ainda não tenha COMPREENDIDO NADA.

 

Se não for possível frequentar um centro espírita ou alguma outra escola de desenvolvimento espiritual, procure reunir um pequeno grupo de pessoas de confiança com ideais semelhantes. Realizar por exemplo uma reunião semanal para rezar, fazer uma leitura do evangelho e/ou um trecho de um bom livro espiritual e partilhar experiências e opiniões, pode ajudar muito e fazer a diferença para manter os “pés assentes na Terra”. A união faz a força e podem ser vividos momentos interessantes.

 

Se tal não for possível, por algum motivo não consegue estar inserido num grupo, então talvez tenha de colocar a hipótese de ser esse o seu destino.

Há pessoas que optam por mudar de zona de residência para ficarem mais perto de um centro espírita por exemplo. No entanto, isso nem sempre é possível ou mesmo desejável.

Provavelmente, a maioria dos médiuns conscientes encontram-se neste grupo. Por opção ou algum tipo de impossibilidade, fazem a sua caminhada sozinhos, embora geralmente, pelo menos em determinada altura da sua vida, tenham tido algum tipo de orientação.

Na verdade, a efectiva caminhada é sempre individual porque é interior, embora possamos beneficiar e muito do convívio com os outros.

Se for esse o seu caso, é porque provavelmente é assim que tem de ser. Ore, estude e procure levar uma vida “perfeitamente normal” aos olhos da sociedade.

Lembre-se que por vezes é do mais elementar bom senso guardar para si as suas experiências, mesmos as mais maravilhosas que poderá experimentar, evitando que alguém olhe para si com desconfiança. Muitas pessoas ainda não estão preparadas (ou não querem estar) para experiências mais sagradas e elevadas.

 

Cinco metas de vida

Seja qual for o seu caso, lembre-se, sem desânimo, por muito longe que julgue que possa estar dos ideais que Deus quer para cada um dos seus filhos, e que foram exemplificados por todos os grandes Mestres Espirituais, que o ideal da Evolução Humana consiste basicamente em desenvolver os seguintes pontos:

 

– Amor Puro (sem egoísmo, livre de toda a mancha, sem segundas intenções). Lembre-se que não se ama a Deus sem amar a si próprio nem ao próximo. E “próximo” significa “o que está perto”: familiares, amigos, conjugue, colegas de trabalho, sejam eles inferiores, iguais ou superiores hierárquicos. E também sem amar a Vida e tudo o que Ela nos oferece.

– A Sabedoria (através do conhecimento e da experiência).

– O Serviço a Deus e ao próximo (através do trabalho, da educação familiar, do ensino, da participação activa em algum tipo de grupo social com objectivos nobres, etc.). Lembre-se também que não se serve a Deus sem servir o próximo e sem escolher o que verdadeiramente é o melhor para o seu progresso espiritual.

– Purificação (livrar-se de toda a mancha: egoísmo, ódio, orgulho, vaidade, inveja, discriminação, mentira, conhecimento e atitudes erradas, etc.; e desenvolver as virtudes positivas: humildade, cooperação, indulgência, diligência, integridade, responsabilidade, respeito, etc.).

– Sintonia com o Divino, a partir do Eu interior (desenvolvendo a consciência espiritual através por exemplo da meditação, oração, concentração contínua em Deus e/ou nos seus atributos, etc.).

 

Estes devem ser as cinco metas da sua vida, com “conta peso e medida”, evitando tanto os excessos como a preguiça, mas trabalhando continuamente, com paciência e humildade.

Deve também evitar o orgulho, a vaidade e “dar passos maiores do que a passada”. Isto significa evitar pensar que sabe mais do que verdadeiramente sabe, de que é capaz de mais do que verdadeiramente é capaz.

Vêm-se por vezes médiuns, alguns dos quais com enormes potencialidades e grandes “empréstimos” cedidos pelo Alto, a desviarem-se do bom caminho devido à vaidade, ao orgulho tolo e infantil, achando-se donos do que quer que seja, ou pensando que são merecedores de honras e privilégios especiais, só porque têm faculdades mediúnicas desenvolvidas.

 

Jamais se julgue senhor do que quer que seja. O máximo a que o Ser Humano pode aspirar é ser um bom servo. Ele jamais será o Senhor. Mais tarde ou mais cedo todos temos de assumir isso mesmo.

 

Mesmo os maiores mestres, que inclusivamente chegaram a dominar algumas leis naturais de forma inacessível ao comum dos homens, fazendo os tais “milagres” apregoados em tantas religiões, cometeram alguns erros e foram vítimas de alguns enganos.

 

Se deseja verdadeiramente evoluir, de vez em quando, duas vezes por ano por exemplo, leia as três chaves e cinco metas para fazer um balanço. Averigúe onde está a ter mais dificuldades.

 

Procure ser o mais humilde que lhe for possível. E humildade nada tem a ver com humilhação, com rebaixamento!

Só com muito estudo e trabalho poderá compreender o que verdadeiramente significa, “O reino dos Céus é para os Humildes”, apesar da imensa pureza e sapiência exigida para Lá se poder entrar…

 

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